Setor teve um alívio nas importações a partir de março, com a fiscalização pelo governo federal. Em junho, no entanto, as compras externas voltaram a avançar.
Segundo dados do Ministério da Agricultura, as importações de leite caíram em volume 43,5% em maio — Foto: Globo Rural
Segundo dados do Ministério da Agricultura, as importações de leite caíram em volume 43,5% em maio — Foto: Globo Rural
Representantes dos produtores e de cooperativas de leite vão exigir dos governos federal e estaduais regras mais rígidas para impedir as importações desenfreadas de produtos lácteos.

O setor teve um alívio nas importações a partir de março, com a fiscalização pelo governo federal. Em junho, no entanto, as compras externas voltaram a avançar.

“Nós até acreditamos que essas medidas causariam uma repercussão nas importações. Mas quando olhamos os primeiros dez dias de junho, as importações já quase superam o que foi registrado em todo mês de maio”, afirmou Marcelo Candiotto, presidente da Cooperativa Central dos Produtores Rurais (CCPR) e vice-presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias de Leite de Minas Gerais (Fecoagro Leite Minas).

Candiotto fez referência ao Decreto nº 11.732/23, que reduz de 50% para 20% o aproveitamento do crédito presumido de PIS e Cofins por laticínios e cooperativas que importarem leite. Após pressão do setor privado, o governo reforçou a fiscalização das importações a partir de março deste ano. Alguns Estados, como Minas Gerais, Paraná e Goiás, também adotaram medidas reduzindo benefícios fiscais aos laticínios importadores.

Segundo dados do Ministério da Agricultura, as importações de leite caíram em volume 0,6% em março, 14,3% em abril e 43,5% em maio, sempre em comparação com o mesmo mês de 2023. Em valor, as quedas foram de 10,1%, 22,7% e 48,9%, respectivamente. Em maio, as importações chegaram a 10,7 mil toneladas, o menor volume mensal neste ano.

“As medidas precisarão ser ampliadas, atingindo não só um grupo de importadores, mas pegando todos os importadores, incluindo redes de supermercados, tradings, sorveterias e indústrias de alimentos”, disse Geraldo Borges, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite). Ele e Candiotto participaram ontem da 19ª Megaleite, em Belo Horizonte.

Borges acrescentou que as importações de queijo também tiveram aumento significativo neste ano e considerou que a redução de benefícios fiscais deveria atingir outras categorias do setor lácteo. Segundo dados do Ministério da Agricultura, as importações de queijos aumentaram 28,8% em valor de janeiro a maio, para US$ 105,9 milhões, e 41,1% em volume, para 23 mil toneladas.

“Vamos conversar com os governos estaduais e com o governo federal para que as medidas de desmotivação de importações sejam ampliadas para lácteos, incluindo mais produtos além do leite em pó”, afirmou Borges.

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jug of milk on white

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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