Entre os gargalos identificados estão a baixa eficiência agronômica e zootécnica no campo, o baixo rendimento industrial do leite, a alta volatilidade nos preços e entraves logísticos, desde a questão energética até a infraestrutura rodoviária.
Para Spies, esse cenário vai fazer com que apenas produtores e empresas eficientes permaneçam na atividade. Outro ponto decisivo é que o setor se debruce sobre os próprios números, com objetivo de otimizar processos e reduzir os custos de produção. Só a partir da excelência é que os lácteos da região Sul poderão se impor no mercado internacional e rechaçar o produto estrangeiro.
“Para sermos competitivos temos que ser eficientes para baixar custos e termos uma logística eficaz”, sentenciou Spies. “Precisamos de união, continuar sentados e conversando. A cada reunião, damos um passo à frente. Ainda temos um degrau para chegar ao mercado internacional, que é a redução de 20% dos custos de produção. Precisamos resolver isso. Mas quando resolvermos, o céu será o limite”, concluiu.
CENÁRIO PARANAENSE
Hoje, o Paraná é o segundo maior produtor de leite do País, com 4 bilhões de litros por ano, o que equivale a 13% da produção brasileira. A pecuária de leite é a principal atividade em 32 mil propriedades rurais do Paraná, número que serviu de embasamento de pesquisa com os produtores, realizada pelo IDR-Paraná.
Segundo os dados apurados, 80% dos estabelecimentos produzem até 500 litros de leite por dia, enquanto 20% produzem 76% do leite do Paraná. E praticamente não há mais sazonalidade na produção de leite paranaense, que abastece essencialmente cooperativas (49%) e laticínios provados (44%). 54% dos produtores paranaenses são membros efetivos de alguma cooperativa, enquanto 28% participam de associações de produtores.
Os produtores que responderam a pesquisa também apontaram o que consideram serem os principais desafios da atividade nos próximos cinco anos.
As questões mais citadas foram o alto custo de produção (75%), baixa lucratividade (70%) e falta de valorização da atividade leiteira (48%).
E entre os planos para a propriedade leiteira elencados pelos produtores, estão o aumento da produção diária (55%), melhoramento genético do rebanho (44%), aumento do rebanho (35%) e investimento em novos equipamentos e automação (20%).