ESPMEXENGBRAIND
12 mar 2025
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Litro do produto no campo chegou a R$ 2,72, o que representa crescimento de 2,83% no pagamento de fevereiro, referente à captação em janeiro.
Leite. Gadolando. No primeiro semestre de 2024, o consumo de laticínios na Rússia aumentou 6%, enquanto a produção de leite cru subiu apenas 2,5% na Rússia. Foto: Canva

Após meses de quedas, o preço do leite voltou a subir. Em Minas Gerais, principal estado produtor, a alta chegou a 2,83% no pagamento de fevereiro, referente ao leite captado em janeiro.

Na comparação com o pagamento de igual mês do ano anterior, a elevação já chega a 23,42%. O reajuste mensal é resultado da menor oferta no campo e uma disputa mais acirrada da indústria pela matéria prima.

A tendência é que os preços sigam firmes nos próximos pagamentos, resultado da aproximação do período de entressafra. 

Conforme os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com a alta de 2,83% verificada na média de Minas Gerais, o preço do litro de leite no campo chegou a R$ 2,72.

Já na comparação com o valor do leite praticado em igual período do ano passado, a alta foi mais expressiva, chegando, então, a 18,7%.

“Com a produção perdendo força e a demanda firme, indústrias intensificaram a competição pela compra de matéria-prima, o que levou a reajustes nos preços negociados com produtores em janeiro.

A expectativa do setor é de que o movimento de alta continue nos próximos meses, à medida que a entressafra se aproxima no Sul, no Sudeste e Centro-Oeste”, explicou a pesquisadora do Cepea, Natália Grigol.

Produção no campo

Conforme os dados levantados pelo Cepea, o crescimento da oferta de leite começou a apresentar sinais de enfraquecimento ainda em dezembro do ano passado. Isso, indicou que o mercado poderia virar antes do que sazonalmente acontece.

“Naquele momento, a oferta de leite vinha crescente em algumas regiões, mas, em outras, a captação diminuiu devido ao clima adverso – seca e calor intenso. Além disso, a produção também pode ter sido negativamente impactada pelo aumento dos custos de produção e pela retração da margem do produtor no último trimestre de 2024”.

Os impactos climáticos e a alta dos custos fizeram com que de dezembro para janeiro, o Índice de Captação de Leite (ICAP-L) apresentasse queda de 0,7%. A queda ocorreu devido à menor produção em Goiás, Paraná, Minas Gerais e Bahia.

Outros fatores que contribuíram para a retomada dos preços aos produtores foram a demanda maior nos primeiros meses do ano e a queda nas importações de leite em pó em dezembro e nas primeiras semanas de 2025.

“A sustentação dos preços dos lácteos está atrelada ao menor volume importado em dezembro e durante as primeiras semanas de janeiro. Ainda assim, no total mensal, as importações de lácteos voltaram a subir quase 4% em janeiro, enquanto as exportações caíram 14% em relação às do mês anterior”, explicou Natália.

Leite no mercado spot tem elevação de 16,2% em fevereiro

Conforme os dados do  Centro de Inteligência do Leite da Embrapa Gado de Leite, o mercado spot – entre as indústrias – em Minas Gerais se manteve aquecido em fevereiro. O litro de leite foi cotado a R$ 3,24, representando, portanto, uma elevação de 16,2% frente ao pagamento de janeiro e de 30,6% na comparação com o valor praticado em fevereiro de 2024.

Diante da alta, segundo a avaliação dos pesquisadores do CILeite, a indústria de laticínios busca realizar repasses para absorver as maiores altas no campo. Conforme o relatório, a demanda por lácteos continua firme, mas o volume de importações segue elevado.

Além disso, a aproximação da entressafra é um fator altista para os preços, mas a intensidade das elevações tende a frear o consumo, em um ano de menor crescimento econômico e maiores taxas de juros. 

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