O leite, para muitos, é considerado ingrediente fundamental na mesa dos consumidores, e, em Belém, o aumento expressivo no preço do alimento tem pesado no bolso.
Em setembro deste ano, o leite registrou aumento de 12% em relação a janeiro de 2024. A elevação de preço supera mais que o dobro da inflação acumulada no período, refletindo o impacto das condições climáticas adversas e da menor oferta do produto no campo.
Em setembro de 2024, o leite chegou a ser vendido, em média, a R$ 7,91 nos supermercados e padarias da capital paraense. Esse valor representa um aumento de 10,47% em comparação ao preço registrado no mesmo mês do ano anterior, quando o litro custava R$ 7,16. Os constantes reajustes são uma preocupação crescente para os consumidores que dependem desse alimento para a alimentação diária.
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O cenário de aumento no preço do leite tem se agravado ao longo do ano de 2024. Em janeiro, o litro do leite já era comercializado a R$ 7,87, uma cifra que, naquele momento, já refletia o impacto das adversidades climáticas enfrentadas no final de 2023. Entre janeiro e agosto, o preço passou por variações sutis, chegando a R$ 7,57 em agosto, uma leve queda atribuída à recuperação temporária da produção em algumas regiões. No entanto, essa redução foi breve, e o preço voltou a subir em setembro, registrando um reajuste de 4,49% em relação a agosto.
CONSUMIDORES
O impacto no bolso dos consumidores é evidente. Maria Domingas Cordeiro, de 64 anos, moradora de Belém, é uma das muitas pessoas que precisaram ajustar seu orçamento familiar diante do aumento constante do leite. “Percebi que o preço aumentou estupidamente.
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Tem pesado no nosso orçamento”, desabafa Maria, que vive com o marido e a filha. Embora ela mesma não consuma leite por questões de saúde, sua filha utiliza o produto diariamente, especialmente no café da manhã. Para minimizar o impacto no orçamento doméstico, Maria opta por comprar apenas o necessário. “Compro de ‘pouquinho em pouquinho’. Quando já tenho em casa, levo só mais um para complementar. Mas sempre tem que ter”, explica, ressaltando que um pacote de leite dura, em média, três dias em sua casa.
Situação semelhante vive Eulina Marques, de 55 anos, que também sente o peso no orçamento. “Eu priorizo o consumo do leite por questões nutricionais, mas é caro. Para quem não tem essa necessidade, já corta, porque tá caro demais”, relata.
A administradora destaca que a escolha da marca, que antes era um fator decisivo na hora da compra, hoje perdeu importância devido à equiparação dos preços. “Infelizmente, não dá mais para escolher pela qualidade, porque os preços estão praticamente iguais. Independente da qualidade, tudo tá saindo caro”, lamenta.
O aumento no preço do leite não é uma exclusividade de Belém.
De acordo com dados do DIEESE/PA, essa elevação de preços foi observada em diversas capitais brasileiras ao longo de 2024, refletindo a escassez de leite em várias regiões produtoras. Em Belém, o produto teve um aumento de 10,47% no intervalo de um ano, entre setembro de 2023 e setembro de 2024. No mesmo período do ano passado, o leite custava, em média, R$ 7,16, e hoje, o preço médio já alcança R$ 7,91 nos principais estabelecimentos da cidade.
CAUSAS
O levantamento aponta que esse aumento está diretamente relacionado à dinâmica de oferta e demanda do produto. Com a produção reduzida, o preço sobe em todo o Brasil, afetando tanto os produtores quanto os consumidores. Além dos problemas climáticos, o custo da logística, combustível e insumos também pressionam os preços, refletindo a complexidade envolvida na cadeia de abastecimento do leite.