De acordo com dados recentes disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de leite no Brasil alcançou 35,37 bilhões de litros em 2023, representando aumento de 2,38% em relação aos 34,55 bilhões de litros registrados em 2022.
As regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul continuam se destacando na produção, com ênfase aos estados de Minas Gerais, Goiás, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Juntos, esses cinco estados responderam por 68,63% da produção nacional, apresentando pequena redução na participação em comparação com 2022.
Minas Gerais liderou, com 26,63%, seguido por Paraná, com 12,88%, e Rio Grande do Sul, com 11,63%, ambos registrando queda na participação nacional, o que também se verificou em vários outros estados.
Por outro lado, Pernambuco e Ceará confirmaram um pequeno aumento (Tabela 2), com notável avanço na produtividade das vacas (Tabelas 1 e 2).
Nos últimos 20 anos, a produção brasileira de leite aumentou 59%, enquanto o número de vacas ordenhadas teve redução de quase 19%, ao tempo em que a produtividade animal aumentou cerca de 95%. Tal índice passou de 1.155,71 litros/vaca/ano para 2.259,06 litros/vaca/ano nesse período.
As 10 mesorregiões maiores produtoras de leite foram responsáveis por 43,33% do volume total do país, repetindo praticamente a mesma participação apresentada em 2022. Conforme indicado na tabela 1, essas mesorregiões produziram juntas 15,33 bilhões de litros de leite em 2023.
A mesorregião Noroeste Rio-Grandense destacou-se novamente como a maior produtora, com 2,72 bilhões de litros, representando cerca de 7,71% do leite nacional.
A partir dos dados da tabela 2, ao realizar a soma da produção leiteira das mesorregiões da região Sul no ranking das 10 maiores produções, chega-se a 20,53% do leite brasileiro, equivalente ao volume de 7,26 bilhões de litros.
Produtividade saltou de 1.319,07 para 2.987,43 L/vaca/ano
Em 2003, a mesorregião Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba era a maior produtora, com 1,57 bilhão de litros de leite.
Todavia, passou a ocupar a terceira posição no ranking de produção em 2023, com 2,33 bilhões de litros de leite, com o Noroeste Rio-Grandense ocupando a primeira posição na produção com 2,72 bilhões de litros, que detinha 1,30 bilhão de litros em 2003 e que ocupava a segunda posição no ranking (Tabela 3).
Em 2023, o Oeste Catarinense ocupava a segunda posição, com 2,42 bilhões de litros. Em 2003 era a quinta maior mesoregião produtora, com 909.
Milhões de litros, demonstrando a grande evolução. As mesorregiões Sul Goiano e Centro Goiano figuravam em terceiro e sexto lugares, respectivamente, em 2003, mas caíram duas posições em 2023, mesmo com a produção crescendo 13% (Sul Goiano) e 41% (Centro Goiano).
O Oeste de Minas, Central Mineira e Leste Rondoniense, que figuravam entre as dez maiores produtores em 2003, foram substituídas pelas mesorregiões Centro Oriental Paranaense, Sudoeste Paranaense e Agreste Pernambucano em 2023, mantendo o Sul/Sudoeste de Minas em quarto lugar em ambas estimativas do período analisado, e Zona da Mata de Minas Gerais caindo da sétima para a décima posição.
Ao se analisar as mudanças na distribuição da produção leiteira entre as 10 principais mesorregiões produtoras de leite no Brasil (figura 3) e a produtividade (figura 4) nas duas últimas décadas, verifica-se que a região Sul do país e as mesorregiões de Minas Gerais se consolidam como grandes produtores, assim como, também, surgem mesorregiões do Nordeste com aumento importante na produção.
Em 2003, as 10 maiores mesorregiões produtoras detinham por volta de 40% da produção nacional e aumentaram em quase 10% sua participação em 2023.
Contudo, houve aumento de 72,31% na produção leiteira entre essas principais mesorregiões produtoras nos últimos 20 anos, sendo que a produção aumentou e o rebanho de vacas ordenhadas diminuiu nesse intervalo analisado em 24%, entre essas mesorregiões, demonstrando aumento de produtividade, passando de 1.319,07 litros/vaca/ano para 2.987,43 litros/vaca/ano, ou seja, mais que dobrando.