O programa de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG/ AgroNordeste tem mudado a realidade dos produtores de leite no semiárido sergipano. No município de Graccho Cardoso, o produtor Evilásio de Oliveira aumentou em 400% a produção de leite em dois anos de assistência. Ele seguiu as orientações técnicas e gerenciais e passou a produzir com qualidade e menor custo.
Evilásio de Oliveira é um dos 407 produtores atendidos pela ATeG do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Sergipe – Senar na cadeia da bovinocultura leiteira. Ele ingressou na atividade seguindo os passos do pai. Ao longo dos anos, começou a investir e se dedicar mais à atividade, iniciando assim um processo de melhoramento da genética do rebanho através da aquisição de animais com maior potencial produtivo e genético.
Com a ajuda do técnico de campo Rhávanne Emannuel, o produtor realizou várias mudanças na propriedade. No início do programa, ele produzia cerca de 170 litros de leite por dia com 15 vacas em lactação. Com a assistência técnica e gerencial, ele aumentou a produção de leite, melhorou a nutrição dos animais e a estrutura da fazenda. Hoje Evilásio tem um total de 28 vacas em lactação.
“Eu não tinha estrutura nenhuma no curral, tirava leite no sol e na chuva e produzia 170 litros de leite por dia. Hoje produzo 700 litros de leite. Tenho curral coberto, ordenha mecânica, cocheiras e misturador, além de reserva de forragem na forma de silagem e de palma forrageira. Por meio da assistência técnica, meu custo baixou, aprendi a calcular tudo, a fazer conta”, afirma o produtor Evilásio.
O técnico de campo Rhávanne Emannuel avalia que a evolução do produtor no programa está muito relacionada ao interesse dele em aprender, aceitar as novas ideias e técnicas propostas, além de muito trabalho e dedicação. Rhavanne pontua que o produtor Evilásio conseguiu baratear o custo da produção do leite e melhorou a nutrição dos animais.
“Inicialmente, o custo de produção mensal dele era de cerca de R$ 2,00 por litro de leite e chegamos a reduzir o valor para cerca de R$ 0,75. Entretanto, com a alta dos insumos, esse custo acabou se elevando e hoje gira em torno de R$ 1,00. No entanto, o preço pago por litro, aumentou consideravelmente para algo em torno em torno de R$ 2,00, o que reduzindo assim o impacto dos custos mensais nas finanças da atividade. Em relação à nutrição, ele não tinha parâmetro, os animais se alimentavam todos juntos, não existia divisão de lote. Sua reserva de forragem era pequena, pouca silagem e pouca palma, não condizia com o número de animais a serem alimentados. Hoje conseguimos equilibrar tudo isso. Aumentamos a área de plantio para produção de silagem, como a área de palma, preparando o produtor para o período da estiagem”, explica Rhávanne.
Ainda segundo Rhávanne, o produtor evoluiu na parte gerencial em paralelo com a parte estrutural que hoje é bem funcional e viável para a quantidade de animais que ele tem na propriedade. O próximo desafio é investir em bem-estar animal.
“Estamos trabalhando muito agora no bem-estar animal. A pastagem onde os animais passam o dia tem pouca sombra natural, e o animal sofre com o estresse térmico, não se alimenta bem e tem declínio de produtividade. Então, para corrigir esse problema estamos trabalhando na introdução de sombras artificiais, usando sombrites, como também incentivando o plantio de árvores para uma formação posterior de sombras naturais, preservando também o meio ambiente, além de dar mais conforto aos animais”, explica Rhávanne.
Instalar na propriedade uma unidade de reuso da água da sala de ordenha é outra meta estabelecida pelo técnico Rhávanne. “Na região que vivemos a água é um bem escasso, mas muito valioso e não pode ser desperdiçado. Por isso, já pensamos na possibilidade de se instalar uma unidade de reuso e aproveitar essa água para irrigar as áreas da palma. Estamos avaliando e afinando esta ideia.”