Laticínio, que fica em Oliveira, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, se prepara para exportar.
Minas
Na Fazenda Bom Destino, rebanho próprio tem 1.500 cabeças e produção é de 11 mil litros/dia | Crédito: Divulgação Fazenda Bom Destino
O Laticínios Bom Destino, com sede em Morro do Ferro, distrito de Oliveira, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, é referência nacional na fabricação de produtos feitos com leite de búfalas.

Com uma captação total em torno de 55 mil litros de leite ao dia, a linha de produtos é composta por mais de 50 itens. Pela qualidade diferenciada e saudabilidade, a demanda pelos produtos cresce cerca de 12% ao ano.

Os sócios do Bom Destino, os irmãos João Batista de Souza e Marcelo Vargas Leão, iniciaram a criação de búfalas há 22 anos, na Fazenda Bom Destino. O início da produção veio para atender a demanda dos clientes, que compravam a muçarela de leite de vaca, mas tinham interesse pelo de búfala.

“Antes das búfalas, criávamos bovinos e começamos a produzir muçarela de forma bem artesanal. No decorrer do tempo, vimos a oportunidade de criar búfalas, já que nossos clientes buscavam por este tipo de muçarela. Com a demanda, compramos 12 búfalas e iniciamos a produção em 2001” .

A decisão de investir na criação de búfalas e na produção dos derivados foi assertiva. “Em cerca de dois anos, toda a nossa produção passou a ser 100% de bufalas”, explicou João Batista de Souza.

Com um mercado demandador e a oportunidade de ampliar a produção, os irmãos começaram um trabalho de incentivo na região em torno do laticínio, estimulando que outros produtores também investissem na criação das búfalas.

“O leite de búfala tem maior valor agregado, o que foi importante para despertar o interesse de outros produtores. Com o estímulo, conseguimos aumentar nossa produção, a dos produtores parceiros e as receitas”.

Hoje, o Bom Destino tem um rebanho próprio composto por 1.500 cabeças, que produzem cerca de 11 mil litros de leite diários. A produção adquirida de produtores parceiros gira em torno de 44 mil litros ao dia.

Com o leite de búfala são produzidos produtos como muçarela, requeijão, creme de ricota, cottage, manteiga, coalho; a linha de burratas, linha de bolinhas, queijos defumados e creme de leite, dentre outros.

“A demanda pelos nossos produtos é crescente e aumenta de 12% a 15% ao ano. Vamos ampliando a produção conforme a necessidade do mercado. Hoje, vendemos para todos os estados”.

Ainda segundo Souza, o mercado aquecido pelos produtos de leite de búfalas se deve às características superiores, qualidade e saudabilidade.

“O leite de búfala tem mais proteína, mais cálcio, é um leite A2A2. Além de ser mais saudável, é mais gostoso. Hoje, os clientes são mais exigentes e conhecem muito o que estão comprando e consumindo. Os produtos de leite de búfala são de alta qualidade e bons para saúde. Isso faz com que a demanda seja crescente”.

Além de atuar no mercado interno, a empresa está se preparando para exportar para os Estados Unidos e Mercosul.

“Temos um projeto de exportar os nossos produtos. Pretendemos atuar nos mercados dos Estados Unidos e dos países do Mercosul. Conseguimos licença para exportar para os EUA, mas com a pandemia, recuamos. Agora, estamos retomando o projeto, desenvolvendo embalagens e tabelas nutricionais e esperamos começar até final do ano”.

Souza acredita que a produção de búfalas em Minas Gerais é promissora. Além do maior valor agregado, os animais são robustos e de fácil manejo.

“A criação de búfalas é vantajosa. Os animais são muito tranquilos, dóceis, resistentes e bem domesticados. Existe um mito de que os búfalos são bravos, mas isso são os búfalos selvagens. Os que trabalhamos são muito dóceis, tanto é que o produtor que inicia a atividade gosta e sempre está aumentando. Acho que é uma criação que tende a crescer muito à medida que as pessoas conheçam mais as vantagens”.

 

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