Especialista e professor do Instituto de Laticínios Cândido Tostes diz que usar soro de leite na fabricação de creme leite e outros produtos lácteos é saudável e ambientalmente correto.
Embrapa Agroindústria de Alimentos está investindo em pesquisas nessa área para obter do soro um ingrediente funcional

Um alimento, antes destinado à alimentação dos porcos, hoje, é considerado de ‘alto valor agregado’. O pesquisador e professor de queijo e tecnologia de laticínios do Instituto Cândido Tostes, Júnio de Paula, diz que foi-se o tempo em que o soro de leite era considerado um sub-produto do queijo. Segundo ele, estudos e as pesquisas mais recentes colocam o líquido que “sobra’ durante o processo de fabricação do queijo, na categoria de co-produto. Segundo ele, inclusive já existem, na Europa, fábricas de queijo em que o soro para extrair seus componentes é mais importante do que o próprio queijo.

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Professor e pesquisador do Instituto Cândido Tostes, Júnio de Paula.

Isso aconteceu, segundo ele, porque os pesquisadores concluíram que é justamente no soro que estão alguns componentes de elevado valor nutricional como proteínas do soro com aminoácidos essenciais, vitaminas e minerais.

“O que, antigamente, dava-se aos porcos, hoje é um componente de alto valor agregado. A Lactose e o CMP, Caseíno Macro Peptídeo (CMP), presentes no soro, por exemplo, são usados na fabricação de medicamentos. Já as proteínas e outros componentes são utilizados na fabricação de diversos produtos como biscoitos, pães e sopas”, revela.

O que o consumidor deve observar? 🧀

Na opinião dele, apenas o teor de proteínas porque nosso organismo precisa delas para construir músculos e enzimas. No caso do acréscimo do açúcar e do amido de milho, Júnio também não vê grandes problemas. “Vale o bom-senso. É claro que não é bom tomar bebidas lácteas com açúcar todos os dias. Mas, de vez em quando, acho ok. Eu dou para minhas filhas. É melhor do que tomar refrigerante que só ‘entrega’ calorias vazias”, defende. 💪

Benefícios para o meio ambiente e a saúde

Outro aspecto lembrado pelo pesquisador é que todo esse soro que agora é usado na fabricação de produtos lácteos, antes, era descartado na natureza. “Uma indústria de porte médio que processa 50 mil litros de leite/dia pode poluir o que equivalente a uma cidade de 100 mil habitantes, se descartar de forma inadequada o soro do leite”. Para se ter uma ideia, um queijo de 1 kg gera de 6 a 8 litros de soro! Portanto, a utilização desse material é altamente benéfica para a natureza. “Pena que, por aqui, ainda existam muitas indústrias que não realizem esse processamento, o que não acontece mais na Europa e Estados Unidos”.

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