Brasil oferece conhecimento para aumentar a produtividade do gado leiteiro na Índia
Brasil oferece conhecimento para aumentar a produtividade do gado leiteiro na Índia

Em dezembro de 2024, a ABCZ recebeu a visita de um grupo de jornalistas e empresários da Índia. A missão, organizada pela ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), teve o objetivo de ampliar parcerias e fomentar a troca de conhecimentos.

Um dos repórteres presentes na visita, Sandip Das, publicou uma matéria no portal Financial Express, detalhando a experiência. Confira abaixo uma versão traduzida do texto:

Brasil oferece conhecimento para aumentar a produtividade do gado leiteiro na Índia
Embora a Índia seja o maior produtor mundial de leite, a produtividade continua baixa devido ao pequeno tamanho dos rebanhos e à falta de melhorias genéticas nas últimas décadas

Por Sandip Das, repórter da Financial Express (FE)

O Brasil, um dos maiores produtores globais de produtos lácteos, ofereceu seu conhecimento no melhoramento genético do gado leiteiro por meio de diversas tecnologias, como inseminação artificial e transferência de embriões, com o objetivo de aumentar a produtividade do gado na Índia.

 

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“Estamos trabalhando em alguns projetos para levar nossa expertise em progresso genético ou de raças de gado para a Índia, utilizando diversos métodos como inseminação e transferência de embriões”, disse Raquel Borges, Supervisora de Relações Internacionais da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), que conta com mais de 24 mil associados, à FE.

Borges mencionou que estão em andamento discussões para estabelecer um instituto de pesquisa conjunto sobre o Zebu nos dois países, com o objetivo de aumentar a produção de leite e melhorar a genética do rebanho. Embora a Índia seja o maior produtor de leite do mundo, a produtividade continua baixa devido ao pequeno tamanho dos rebanhos e à falta de melhorias genéticas nas últimas décadas.

​​​​​​​Suresh K. Reddy, embaixador da Índia no Brasil, disse à FE que, como primeiro passo, o Conselho Nacional de Desenvolvimento do Leite da Índia fez um pedido de teste de 50 mil doses de sêmen de um touro campeão do Brasil, que serão usadas para inseminar vacas nativas. Reddy também mencionou que alguns criadores privados começaram a enviar seus funcionários ao Brasil para treinamento em diversas fazendas leiteiras brasileiras.

A ABCZ mantém a pureza genética dos animais Zebu e possui o maior banco de dados das raças zebuínas do mundo, com mais de 7 milhões de animais registrados. A associação importou animais adaptados à produção no clima tropical do Brasil.

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Foto: JM Matos

O Brasil tem o maior rebanho comercial de gado do mundo, com 220 milhões de animais. Do total de rebanhos no país sul-americano, 80% pertencem à variedade Zebu, enquanto o restante é composto por raças europeias, como a Jersey.
Na Índia, a produção média de leite é de cerca de 8 a 10 litros por dia. No Brasil, o rendimento de leite é de 20 a 22 litros.

Os criadores brasileiros cruzaram o Gir indiano com o gado Holandês para criar a raça Girolando, combinando a adaptabilidade do Gir ao clima tropical com a alta produção de leite do Holandês.

 

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“Estamos em discussões para finalizar as normas sanitárias para a transferência de tecnologias”, disse Borges.
Desde o início dos anos 1960, para aumentar a produção de leite, o programa de melhoramento genético do gado na Índia tem se concentrado no cruzamento de raças de alta produção de leite, como Holandês Friesian e Jersey, com o gado indiano. “Há uma certa fadiga no desenvolvimento genético das vacas indianas”, reconheceu um oficial, afirmando que é necessário fortalecer a genética das variedades nativas de vacas.

Em 2023, o Brasil produziu mais de 10 milhões de toneladas de carne bovina, com 76% consumidos internamente e 24% exportados, reafirmando sua posição como o maior exportador mundial da proteína.

As relações comerciais entre Índia e Brasil têm aumentado de forma constante, com o objetivo de elevar o comércio bilateral para US$ 50 bilhões até 2030, afirmou um oficial do governo em Nova Délhi em 2023.

​​​​​​​Naquele ano, o comércio bilateral de produtos principais, incluindo bens agrícolas, entre a Índia e o Brasil foi de US$ 11,5 bilhões, com expectativas de aumento em 2024, devido à colaboração estreita na fabricação de etanol, bem como nas importações de leguminosas do Brasil.

(O repórter esteve no Brasil a convite da ApexBrasil, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos)

Em valores, a importação de produtos lácteos, pela média diária, caiu 17,1% no mês de dezembro na comparação com novembro, e 10,5% na comparação interanual,

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