A Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se reuniu, na segunda (29), para discutir medidas de defesa comercial para mitigar os impactos das importações de leite em pó no país.
Na abertura do encontro, o presidente da comissão, Ronei Volpi, afirmou que as medidas restritivas adotadas pelos estados, contra o leite importado, ainda não apresentaram os resultados esperados. “Continuamos presenciando mês a mês recordes de importação”.
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Para o vice-presidente, Jônadan Ma, a atuação da CNA e das federações é fundamental para amparar os produtores de leite que estão frustrados com práticas desleais de comércio por parte de alguns países, principalmente da Argentina, que aplicou subsídios aos produtores no ano de 2023.
Durante a reunião, o assessor técnico da CNA, Guilherme Souza Dias, pontuou as alternativas de defesa comercial no país, sendo elas antidumping, medidas compensatórias e salvaguardas.
“Diante da atual conjuntura, a medida mais adequada é a investigação de dumping contra o leite em pó argentino, uma vez que há indícios de exportação de leite a preços inferiores ao mercado interno daquele país”, explicou.
A CNA prepara uma petição para abertura de investigação de dumping contra o leite em pó argentino, que deverá ser apresentada em breve.
Em 2023, a Argentina foi o principal fornecedor de leite em pó para o Brasil. Um total de 817 milhões de litros de leite equivalente foram enviados para o país, em sua maioria integral. De acordo com dados da Secretária de Comércio Exterior, o Brasil importou, apenas no primeiro semestre deste ano, 1,07 bilhão de litros de leite em pó, aumento de 1,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
Outro tema discutido foi a falta de vacinas contra a brucelose, em especial a B-19, que tem impactado o calendário de vacinação de bovinos e bubalinos no país. Segundo a assessora técnica da CNA, Kalinka Koza, houve um desabastecimento da vacina no país, diante da saída da empresa MSD Saúde Animal do mercado, que detinha parte da produção no Brasil.
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“Ao todo, são vacinadas 27 milhões de bezerras durante o ano, sendo 14 milhões no primeiro semestre e o restante no segundo. Com a falta de vacina, a campanha de vacinação precisou ser adiada em alguns estados. Nós estamos atuando junto aos representantes dos fabricantes para que a situação seja normalizada o mais breve possível para garantir a sanidade do rebanho brasileiro”, disse.
Outros assuntos tratados na pauta foram a atuação e perspectivas do Grupo de Trabalho (GT) de Rastreabilidade do Ministério da Agricultura, os resultados do levantamento de custos de produção da atividade leiteira no âmbito do Projeto Campo Futuro em 2024, os impactos da Reforma Tributária na cadeia de leite e derivados e o Plano Safra 2024/25.