O Agroleite 2024 trouxe a Rota do Leite como uma de suas principais atrações, oferecendo aos visitantes uma imersão nas mais avançadas propriedades de pecuária leiteira em Castro, Paraná. Esta experiência única, organizada pela Castrolanda, revelou os segredos por trás do sucesso das fazendas que abastecem a maior bacia leiteira do Brasil.
No Agroleite 2024, realizado em Castro, a Rota do Leite se destaca como uma das principais atrações, oferecendo ao público uma imersão nas práticas de pecuária leiteira da região. Foto Toninho Anhaia.
No Agroleite 2024, realizado em Castro, a Rota do Leite se destaca como uma das principais atrações, oferecendo ao público uma imersão nas práticas de pecuária leiteira da região. Foto Toninho Anhaia.

Na Rota do Leite do Agroleite 2024, a visita ao Centro de Treinamentos para Pecuaristas (CTP), organizada pela área de Negócios Leite da Castrolanda, proporcionou uma imersão no universo da produção leiteira local. A atividade evidenciou como a combinação de conhecimento tradicional e tecnologias modernas permite que grandes e pequenas propriedades alcancem altos níveis de produtividade, garantindo a sustentabilidade econômica do setor.

A atividadereforça o motivo de Castro ser a Capital Nacional do Leite, pois durante a visita aoCTP, com suas unidades de diferentes portes, demonstra como a inovação e a busca por melhores práticas podem transformar a realidade da produção leiteira, desde grandes propriedades até pequenas unidades familiares.

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A Rota do Leite não é apenas uma visita turística; é uma oportunidade para produtores de todo o país entenderem, na prática, como as técnicas modernas impulsionam a produtividade. Willem Berend Bouwman, presidente da Castrolanda, destaca a importância dessa iniciativa.

“Os visitantes vêm buscar conhecimento e tecnologia, mas é essencial que eles vejam como isso se aplica na realidade. Na Rota do Leite, eles podem observar de perto como o produtor conduz sua atividade, como lida com os animais e as práticas que aumentam a produtividade do rebanho.”, afirma o presidente.

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Para Eduardo Ribas, gerente executivo de Negócios Leite da Castrolanda, a Rota do Leite é uma ponte entre teoria e a prática, oferecendo uma visão concreta das inovações apresentadas no Agroleite.

“O visitante de qualquer parte do Brasil, pode ver a tecnologia em funcionamento nas propriedades. A Rota do Leite permite visitar fazendas de todos os tamanhos, desde pequenas até aquelas que produzem mais de 50 mil litros de leite por dia, todas incorporando as tecnologias apresentadas no evento.”, destaca Eduardo.

A Rota do Leite conecta o público diretamente com a realidade do produtor rural, proporcionando uma experiência educativa e inspiradora. As propriedades, sejam pequenas ou grandes, mostram o impacto direto das inovações na produtividade e na qualidade do leite produzido, isso foi o que o visitante encontrou no CTP.

O Centro de Treinamento para Pecuaristas (CTP) de Castro, no Paraná, oferece diversos cursos gratuitos voltados à pecuária leiteira e à eletricidade rural. Entre eles, destacam-se os cursos de “Manejo de gado leiteiro para produtores”, “Manejo de gado leiteiro para funcionários” e Inseminação Artificial em gado leiteiro”, além de “Eletricista rural” e “Motores elétricos” em parceria com o Sistema Faep/Senar e Sindicato Rural.

Com mais de 50 anos de atividade, o CTP já formou mais de 17 mil pessoas de inúmeros estados. Os cursos incluem hospedagem, alimentação, apostilas e materiais didáticos, oferecendo uma formação completa e gratuita para os participantes.

Enio Karkow, diretor-executivo do CTP, ressalta a importância das pequenas propriedades na formação dos participantes. “O CTP tem essa finalidade de informar, e a gente sempre está disposto a abrir o espaço para que as pessoas vejam as coisas acontecendo. As nossas unidades de produção têm esse objetivo, são propriedades simples, mas que atendem à expectativa de quem nos procura”, explica.

Ele destaca a pequena unidade como uma vitrine do trabalho. “Temos uma unidade de 16 hectares que produz aproximadamente 1.400 litros de leite por dia, algo bastante significativo em termos de produção.”

A adoção de tecnologias compatíveis com as condições de cada produtor é um ponto-chave no treinamento oferecido pelo CTP. “Escala é uma coisa importante, então é essencial que as pessoas entendam isso.

Para que isso aconteça, precisa usar tecnologias, mas não necessariamente as mais caras, mas sim as que são compatíveis com a vontade de produção e vocação de cada propriedade”, afirma Enio.

Enio destaca a relevância da pequena unidade como modelo para pequenos produtores em todo o Brasil. “Ela é a nossa sala de aula a céu aberto.

É muito útil quando observamos a média de produção de leite no Paraná, onde muitos ainda são pequenos produtores. A pequena unidade, com duas pessoas trabalhando, produz em torno de 1.400 litros de leite por dia, tornando-se realmente produtiva e eficiente.”

 

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Um olhar sobre a pequena propriedade: Gestão eficiente, resultados surpreendentes

A pequena unidade de Jersey do Centro de Treinamento para Pecuaristas (CTP) surpreendeu os participantes pela sua capacidade de combinar simplicidade com alta eficiência.

José Claudinei Mendes, gestor da pequena unidade, destacou a importância da propriedade como referência para os visitantes, explicando que a organização em 16 hectares com 137 animais resulta em uma produtividade de 1.400 litros de leite por dia. Ele enfatizou a viabilidade econômica, com uma margem líquida significativa.

“A pequena propriedade pode ser gerenciada de forma a garantir lucro, mesmo com instalações simples. Nossa segunda receita vem da venda de novilhas prenhas, e a terceirização é uma estratégia que adotamos para manter a eficiência,” explicou Mendes.

Claudinei explicou como a propriedade foi concebida para servir de referência aos visitantes da Rota do Leite. “A pequena propriedade foi montada para ser um exemplo. Os visitantes que conhecem nosso trabalho aqui tendem a voltar para fazer cursos no CTP.

Nosso principal objetivo é receber o pessoal e mostrar na prática o que é possível alcançar em pequenas áreas,” destacou Claudinei.

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Claudinei detalhou a divisão da propriedade, que se estende por 16 hectares e abriga 137 cabeças de gado, incluindo 58 vacas em lactação, responsáveis por uma produção diária de 1.400 litros de leite. “Dividimos os animais em categorias, desde bezerras em fase de aleitamento até vacas no período seco.

Essa organização, aliada à simplicidade das instalações, permite uma produtividade alta, mesmo em uma área reduzida,” afirmou.

A viabilidade econômica da pequena propriedade foi outro ponto enfatizado por Claudinei. “Recebemos R$ 3,00 por litro de leite na Cooperativa Castrolanda, com um custo de produção de R$ 2,25, resultando em uma margem líquida de R$ 0,75 por litro.

Com a produção de 1.400 litros por dia, alcançamos uma renda líquida de R$ 1.050 diários, o que se traduz em R$ 31.500 por mês,” calculou o gestor. “Isso representa um faturamento anual de mais de R$ 360 mil, o que é bastante expressivo para uma propriedade de 16 hectares”, acrescentou.

 

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O Centro de Treinamentos para Pecuaristas (CTP), em parceria com o Faep/Senar, é  um modelo inovador de capacitação, onde pequenos e grandes produtores encontram soluções para otimizar a produção leiteira. Foto Toninho Anhaia.

A estabilidade da pequena unidade, alcançada após décadas de operação, é vista como um trunfo. “Estamos produzindo leite há mais de 40 anos, e essa experiência nos permitiu alcançar um nível de estabilidade tanto na quantidade de animais quanto na estrutura da propriedade.

Isso possibilita uma maior margem de lucro, especialmente para quem já passou pela fase de grandes investimentos,” explicou Claudinei.

Um dos pontos fortes da pequena unidade é a simplicidade das instalações, que não comprometem a eficiência. “Nossas instalações são básicas, mas atendem perfeitamente às necessidades, com um custo de infraestrutura baixo. Isso é algo que muitos dos visitantes elogiam quando vêm fazer cursos aqui,” comentou Claudinei.

Ele também apontou a terceirização como uma estratégia vantajosa. “Com uma área pequena, terceirizamos parte da produção de alimentos, como a silagem de milho, o que reduz custos e maximiza a eficiência”, explicou.

Claudinei concluiu destacando o que espera que os visitantes levem de conhecimento ao final da Rota do Leite. “Mostramos que a pequena propriedade é viável, desde que haja organização e planejamento. Espero que os visitantes levem essa mensagem e apliquem em suas próprias operações, melhorando a produtividade e a rentabilidade de suas propriedades,” finalizou.

A Grande Unidade: Tecnologia e Alta Produtividade no Gado Holandês

Em contrapartida, a grande unidade de gado Holandês no CTP mostrou como a tecnologia e a infraestrutura robusta podem elevar a produtividade a novos patamares. Clemente Lourenço Gerhards, gestor da grande unidade, falou sobre a importância de investimentos contínuos em tecnologia e manejo.

“Nossa propriedade é uma vitrine de como a alta tecnologia pode ser aliada à pecuária leiteira. Aqui, buscamos constantemente otimizar nossos processos para garantir alta produtividade e sustentabilidade,” destacou Gerhards.

Durante a visita, Gerhards compartilhou dados significativos sobre a produção na grande unidade do CTP: “Hoje, estamos com a produção de uns 12 a 13 mil litros de leite por dia, num rebanho total de aproximadamente 850 animais, onde cerca de 400 estão em lactação.

A média de produção por vaca lactante fica em torno de 31 a 32 litros de leite por dia.”

Gerhards também destacou a viabilidade econômica da operação: “É uma atividade lucrativa, não é algo que dê prejuízo. Aqui no Centro de Treinamento, sempre temos resultados financeiros positivos.”, revela.

 

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Rota do Leite: Visitantes conhecem a realidade de duas unidades diferentes e lucrativas

A atividade, organizada pela área de Negócios Leite da Castrolanda, atraiu visitantes de diversas partes do Brasil, ansiosos por entender as práticas que fazem da pecuária leiteira uma atividade viável e lucrativa, mesmo em tempos desafiadores.

Durante a visita, estudantes, técnicos e produtores tiveram a chance de se conectar com o que há de mais autêntico na produção de leite, aprendendo que a prosperidade no campo muitas vezes vem da gestão, uso correto de tecnologias, unindo tradição e modernidade.

Andrei Bozza, estudante de Medicina Veterinária da Faculdade de Passo Fundo, compartilhou suas impressões:”A visita é uma experiência extremamente enriquecedora, especialmente para nós, que estamos nos preparando para atuar no campo.

Ver de perto o que aprendemos na teoria, aplicado em um Centro de Treinamento tão bem estruturado, é inspirador. Os números da pequena propriedade são impressionantes, especialmente a baixa contagem bacteriana, que é um dos maiores desafios na pecuária leiteira. Aqui, fica claro que uma pequena propriedade pode ser administrada de maneira lucrativa e eficiente.”

Gregory Bizoni, também da Faculdade de Passo Fundo, falou sobre a realidade das propriedades visitadas. “O que mais me chamou a atenção é a simplicidade das instalações, aliada a uma eficiência incrível. Tanto na propriedade com gado Jersey quanto na com gado Holandês, vemos exemplos claros de como é possível ser produtivo e rentável com recursos básicos. Essas propriedades são um reflexo da realidade brasileira, onde a simplicidade não impede o sucesso.”, afirma Gregory

José Roberto Castanheira Camargo, outro participante da Rota do Leite, destacou a viabilidade da pecuária leiteira. “Essa visita é uma prova de que, apesar de todos os desafios, a pecuária leiteira é viável e pode ser muito rentável.

O que mais me impressionou foi a simplicidade das instalações e, ao mesmo tempo, a expressividade dos números. Mesmo em um cenário político complicado, essas propriedades mostram que é possível ganhar bem e ter uma boa margem de rentabilidade.

O Agroleite nos oferece uma visão clara de como a tecnologia e a simplicidade podem coexistir e prosperar na pecuária brasileira.”, destaca José Roberto.

Para se inscrever no cursos oferecidos no CTP de Castro, os interessados devem ligar ou ir ao local (Estrada Maracanã, Km 7 – (42) 99989-1601) ou realizar a inscrição no sindicato rural mais próximo. Cada treinamento possui pré-requisitos técnicos.

 

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