As nutricionistas infantis Sabrina Galdino e Letícia Caroline explicam se crianças podem consumir whey de caixinha no dia a dia.
Algumas marcas, inclusive, orientam que não seja oferecido a menores de 10 anos”, alerta a profissional.
Algumas marcas, inclusive, orientam que não seja oferecido a menores de 10 anos”, alerta a profissional.

Muitos pais e mães selecionam cuidadosamente o que oferecer aos pequenos nas refeições. Frutas, sanduíches naturais e sucos costumam ser as opções preferidas para lanches. No entanto, alguns optam por alternativas menos convencionais, como whey protein de caixinha, que se assemelha a bebidas lácteas.

Embora possa parecer uma opção prática, a nutricionista infantil Sabrina Galdino explica ao Metrópoles que, por ser um produto industrializado enriquecido com whey protein, o consumo nesta idade sem orientação de um profissional não é recomendado.

“Caso a família consuma este tipo de alimento no dia a dia e queira incluir na alimentação da criança, é necessário uma avaliação com nutricionista infantil. Algumas marcas, inclusive, orientam que não seja oferecido a menores de 10 anos”, alerta a profissional.

Mãos de mulher segurando scoop de whey protein em mesa de cozinha - Metrópoles

 

Letícia Caroline, nutricionista da clínica NutriDuniTê, esclarece que o consumo de whey de caixinha por crianças deve ser feito desde que haja uma necessidade específica. “A suplementação com whey protein é possível, mas o ideal é utilizar a versão em pó, observando a quantidade de proteína e os ingredientes”.

Proteína e desenvolvimento infantil

De acordo com a nutricionista Sabrina, a ingestão de whey protein está relacionada com a capacidade de melhorar o aporte proteico diário. Entretanto, a recomendação diária em crianças é baixa. Por isso, o uso deste tipo de suplemento pode levar a diversos malefícios.

“O consumo em excesso de proteínas pode causar sobrecarga renal, problemas no coração, fígado e até mesmo obesidade. Neste caso, por ser um produto industrializado e destinado a adultos, possuem conservantes e, às vezes, até cafeína e adoçantes, ingredientes não recomendados para crianças.”

Letícia acrescenta: “Se a suplementação não for necessária, podem surgir ainda outros problemas, incluindo a alteração dos parâmetros bioquímicos, como níveis de creatinina”.

E as crianças que praticarem atividades físicas?

Não é novidade que os indivíduos envolvidos em atividades físicas necessitam de um consumo maior de proteínas, afinal, estes macronutrientes promovem a regeneração muscular. O mesmo acontece com as crianças, mas a ingestão vai depender de vários fatores, como a idade, o peso e o estado nutricional.

Segundo a nutricionista Letícia, a necessidade proteica de uma criança que pratica atividades físicas varia entre 0,8 e 1 grama de proteína por quilo de peso. Como essa quantidade é relativamente baixa, é possível alcançá-la facilmente por meio de uma alimentação balanceada.

Foto colorida de uma lancheira de criança - Metrópoles
“Ter uma alimentação saudável, equilibrada e rica em verduras, legumes, carboidratos e alimentos proteicos é o suficiente para que a criança seja nutrida”, afirma a nutricionista Sabrina

“A caixinha de whey, além de conter em média 15g de proteína, geralmente vem acompanhada de açúcares de baixa qualidade e aditivos químicos que não são indicados para crianças. É possível suprir essa demanda proteica com alimentos naturais”, defende.

A criadora do método NutriDuniTê recomenda, então, que sejam preparadas vitaminas. Elas podem ser feitas com leite integral, abacate e amendoim, por exemplo. Outros alimentos podem ser incluídos no cardápio, como feijão cozido, que tem cerca de 7g de proteína, e ovo cozido (5 g de proteína), conforme a Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos (TBCA).

Recomendações

Existem algumas situações em que o uso de whey protein pode ser recomendado para crianças, como quando elas não conseguem atingir a necessidade diária de proteínas apenas pela alimentação. Os motivos podem ser variados, explica Letícia.

“Isso pode ocorrer em situações específicas, como em casos de desnutrição ou necessidades aumentadas devido a práticas esportivas intensas. É importante buscar o acompanhamento de um nutricionista para avaliar a necessidade e determinar a quantidade”, orienta.

Foto colorida de uma menina bebendo leite - Metrópoles

Em relação à idade recomendada, a especialista em introdução e seletividade alimentar Sabrina esclarece que o produto não deve ser oferecido a menores de 2 anos. A partir desta idade, o ideal é passar em uma consulta com uma nutricionista infantil para avaliar a real necessidade da suplementação.

“Para as bebidas prontas à base de whey protein, sugiro que seja observado no rótulo do produto, pois algumas marcas trazem a idade mínima recomendada”, indica a nutricionista.

 

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Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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