Dados da consultoria americana Future Market Insights apontam que o mercado global de suplementos alimentares deve movimentar US$ 252 bilhões no ano que vem. Se atingir esse valor, o setor terá crescido em média 7,5% ao ano desde 2015, segundo o estudo.
De olho nesses números grandiosos estão empresas de diferentes tamanhos que tentam morder parte dessa receita. Gigantes como Nestlé e Danone são algumas das que já se aventuraram nesse mercado. Mesmo assim, ainda há espaço para que algumas startups corram por fora com o uso de tecnologia.
Uma dessas novas entrantes é a Dobro. Neste ano, a companhia prevê faturar R$ 45 milhões. É mais do que o dobro (com o perdão do trocadilho) de sua receita registrada no ano passado. O dinheiro vem da venda de produtos proteicos oferecidos em formato de barras, sachês e até géis.
Fundada em 2018 pelos amigos Victor Comper e Pedro Chuluck, a companhia cresceu até agora sem a ajuda de investidores externos, mas não descarta uma captação quando a operação estiver maior. “Vamos buscar investimento quando nosso faturamento estiver em torno de R$ 50 milhões”, afirma Comper, cofundador e CEO da Dobro.
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Sem recursos robustos, a companhia não possui uma fábrica própria e utiliza operações de terceiros para produzir seus produtos. Em relação aos canais de venda, a startup informa que metade é feita pela internet e o restante no varejo, em empresas como Decathlon e Droga Raia.
A ideia de comercializar esse tipo de produto nasceu a partir de uma viagem que a dupla fez para os Estados Unidos. Em um passeio para praticar snowboarding, Comper viu a variedade de marcas e produtos proteicos em um supermercado americano e enxergou uma oportunidade no varejo brasileiro.
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Para se diferenciar dos concorrentes, a Dobro apostou em matérias-primas particulares, como arroz, ervilha, aveia, café verde, lentilha e beterraba. “Fomos a primeira marca no Brasil a usar uma proteína de lentilha, que gasta menos água e é de origem vegetal”, afirma Comper. “Em 2021, lançamos o primeiro gel natural de carboidrato do Brasil, à base de beterraba, sem corantes ou aditivos.”
Em um setor bastante competitivo, com gigantes e muitas novas entrantes, Comper afirma que a verdadeira competição da Dobro é contra o sedentarismo. “Nosso maior rival é a combinação entre Netflix e sofá”, diz. O empresário, no entanto, sabe que o mercado está cada vez mais movimentado com grandes marcas entrando no segmento de alimentos proteicos.
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Entre as gigantes internacionais, a Danone, por exemplo, possui a marca YoPro de shakes e iogurtes proteicos. Em 2022, a Nestlé Brasil comprou a PuraVida, marca até então, independente de produtos de nutrição, que faturou R$ 300 milhões um ano antes. Também no Brasil, a Supley, dona das marcas Max Titanium, Dr. Peanut e Probitótica, já faturou mais de R$ 1 bilhão em 2024.
Para Bruno Busquet, presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Suplementos Nutricionais e Alimentos para Fins Especiais (Brasnutri), ainda há espaço para novas entrantes. “O segredo está em identificar lacunas específicas”, afirma. “É preciso oferecer produtos inovadores e de alta qualidade, e atender às demandas que os gigantes não estão conseguindo suprir de maneira eficaz.”