A licitação para a compra de mais de 450 mil latas de fórmula infantil láctea, destinadas a atender as crianças carentes do programa “Leite do Meu Filho”, está enfrentando uma série de suspensões e corre o risco de prejudicar a distribuição do benefício para milhares de famílias em Manaus.
O certame, previsto inicialmente para o dia 13 de janeiro de 2025, já foi adiado duas vezes, nessa quinta-feira (6), sofreu a terceira suspensão, sem qualquer previsão de retorno.
O objetivo da licitação é garantir a aquisição e manter um estoque de três tipos diferentes de suplementos infantis derivados do leite, para atender crianças com idades que variam de 0 a 3 anos.
De acordo com o projeto, a primeira modalidade prevê a compra de 19 mil latas de fórmula infantil para recém-nascidos de 0 a 6 meses, com o intuito de suprir a demanda da Maternidade Moura Tapajóz, para bebês que necessitem do produto para suplementar a alimentação.
Licitação suspensa três vezes
No entanto, o andamento da licitação tem sido marcado por diversos atrasos e suspensões. Após o adiamento da primeira data, que seria em 13 de janeiro, a nova previsão de início ficou para o dia 30 de janeiro.
Porém, o certame foi postergado pela segunda vez, sendo agora agendado para 6 de fevereiro.
No entanto, um dia antes dessa data, em 5 de fevereiro, a licitação foi suspensa pela terceira vez, sem uma data definida para a sua retomada.
A atual situação de suspensão da licitação, que já dura mais de um mês, pode prejudicar a continuidade do programa. Sem a aquisição da fórmula infantil necessária, muitas famílias podem ser prejudicadas, comprometendo o acesso de crianças em situação de vulnerabilidade ao alimento essencial para seu desenvolvimento saudável.
A Prefeitura de Manaus ainda não se posicionou oficialmente sobre as razões das suspensões, nem informou uma nova data para o prosseguimento do processo licitatório. Enquanto isso, as famílias das crianças beneficiadas pelo programa continuam à espera de uma solução para garantir o acesso ao leite e à fórmula infantil que lhes é devido.
Sucateamento do Programa
Vale lembrar que em fevereiro do ano passado, várias famílias inscritas no programa, denunciaram ao Radar que estavam desde novembro de 2022, ou seja, ficaram cerca de quatro meses sem receber o leite.
Na ocasião, cerca de 78 mães fizeram um grupo em um aplicativo de mensagens para questionar a Prefeitura de Manaus e a Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (SEMSA) sobre a escassez do leite.
Erica Leão, uma das integrantes do grupo, comentou, na época, que a prefeitura deu prioridade ao Carnaval e não para as mães. “Eles pediram 21 dias para fazer a compra emergencial, mas isso é 21 dias porque eles querem. Porque dinheiro tem, Carnaval vem aí e eles estão dando prioridades às coisas que não são prioridade”.
