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15 mar 2025
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A empresa classifica o documento como "impreciso" e "não um reflexo verdadeiro" de seus compromissos climáticos.
A Arla está entre as empresas de laticínios que coletam dados de emissões em nível de fazenda para fins de benchmarking e definição de metas - mas uma investigação da Changing Markets descobriu que alguns dos esforços da cooperativa podem estar aquém do esperado. (Getty Images)

A cooperativa Arla Foods rejeitou as acusações contidas em um relatório de 100 páginas publicado pela Changing Markets Foundation e pelo Greenpeace Nórdico, que critica suas metas de sustentabilidade e iniciativas ambientais.

A empresa classifica o documento como “impreciso” e “não um reflexo verdadeiro” de seus compromissos climáticos.

Críticas ao modelo de emissões e incentivos da Arla

O relatório alega que a Arla opera com estruturas “antidemocráticas” que favorecem grandes fazendas industriais, não fornece dados específicos sobre emissões de metano e questiona a validade de seus cálculos internos de pegada de carbono.

Também critica iniciativas como o programa Arlagarden, que estabelece padrões de bem-estar animal e produção leiteira, argumentando que os custos elevados de adequação podem prejudicar pequenos produtores.

No entanto, a Arla rebate as críticas e afirma que o relatório não apresenta evidências científicas sólidas para sustentar essas afirmações.

Disputa sobre emissões de metano

O documento também tenta estimar as emissões de metano da Arla. Segundo a empresa, esse gás representa 43% de suas emissões totais, mas a cooperativa não reporta esses dados separadamente.

Com base nos volumes de leite captados em 2022, o relatório aponta que as emissões de metano da Arla, no período de 100 anos (GWP100), são de 13,4 MtCO2e anuais, o que corresponderia a 56% das emissões totais de gases de efeito estufa da empresa.

A Arla afirma que calcula suas emissões totais convertendo diferentes gases em equivalentes de dióxido de carbono (CO2e). Suas emissões de Escopo 3 (que incluem as emissões das fazendas e da produção de laticínios) representam a maior parte de sua pegada de carbono.

Desde 2015, a cooperativa reduziu suas emissões de Escopo 3 entre 1% e 13%, com a meta de cortar 30% até 2030. Contudo, o relatório da Changing Markets afirma que, no ritmo atual, a Arla alcançaria apenas 13,2% de redução até 2030, muito abaixo do esperado para cumprir o Acordo de Paris.

Metas de net-zero e alternativas vegetais

O relatório também examina os objetivos de emissões líquidas zero da Arla e conclui que a empresa atende apenas uma das nove recomendações da ONU integralmente, enquanto cumpre parcialmente cinco e não atende três. Entre as falhas estão a falta de alinhamento entre sua política de lobby e suas metas climáticas.

Outro ponto criticado é a baixa participação da Arla no segmento de alternativas vegetais. Segundo a Changing Markets, a marca de bebidas vegetais Jord representa apenas 0,3% da receita total da Arla no Reino Unido, indicando que a empresa não está investindo o suficiente no setor como estratégia para reduzir o impacto ambiental.

Reação da Arla

Diante das críticas, a Arla defendeu suas iniciativas e negou que esteja praticando “greenwashing”. Um porta-voz da cooperativa declarou: “Revisamos o relatório e, infelizmente, ele contém múltiplas imprecisões. Portanto, não reflete fielmente nossas metas baseadas na ciência, as ações de nossos produtores para reduzir emissões e nosso compromisso com uma produção láctea mais sustentável”.

Por outro lado, a Changing Markets Foundation pede que a Arla estabeleça uma meta mais ambiciosa de redução de metano, de pelo menos 30% até 2030, e aumente seu portfólio de produtos vegetais. Segundo a organização, essas ações são essenciais para que a gigante do setor lácteo possa reduzir suas emissões na velocidade e escala necessárias.

Traduzido e adaptado para eDairyNews 🇧🇷

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