O patriarca da família, Wilfrido Glasenapp, relata que a história com a produção rural começou em novembro de 1974, quando passaram a residir no local onde vivem até hoje.
Wilfrido destaca que, mesmo com as dificuldades, a família nunca deixou de ter persistência em seu dia a dia, tendo a certeza de que contribuem para a alimentação de muitas pessoas, já que é a agropecuária que garante alimento na mesa de toda a população.
Persistência pode ser uma palavra que define a família Glasenapp, do Wunderwald, que atua na produção de leite há cerca de 49 anos.

O patriarca da família, Wilfrido Glasenapp, relata que a história com a produção rural começou em novembro de 1974, quando passaram a residir no local onde vivem até hoje. “Me lembro muito bem que chegamos aqui em uma sexta-feira e era o dia da eleição na qual Alwin Klotz foi vitorioso”, comenta.

Wilfrido Glasenapp atua na produção de leite, em Pomerode. (Foto: Isadora Brehmer / JP)
Wilfrido Glasenapp atua na produção de leite, em Pomerode. (Foto: Isadora Brehmer / JP)

 

O produtor já tinha certa experiência com o leite, uma vez que, desde seus sete anos de idade, já tirava leite das vacas, à mão, na antiga propriedade do pai dele. O início da própria história no segmento foi sendo feito aos poucos, já que, na época, Wilfrido trabalhava na Porcelana Schmidt, onde permaneceu por quatro anos, e depois foi para a Fiovale, parte da empresa Karsten, onde atuou por 10 anos.

“E assim fomos juntando dinheiro e recursos, até que, em 88, parei de trabalhar na fábrica e já tínhamos uma produção de cerca de 200 litros de leite, que era comercializado. Mas antes disso, bem no começo, tínhamos uma vaca e tirávamos leite para nós, e o que sobrava, cerca de dois litros, era vendido para antiga Firma Weege, totalizando cerca de 60 litros por mês”, relembra Wilfrido.

Também nos anos 80, os Glasenapp participavam de exposições na região, mas acabaram desistindo porque era muito trabalhoso e acabava sendo muito cansativo para os animais, o que poderia afetar a própria produção de leite. Com muita luta, segundo Wilfrido, a família se manteve firme na atividade e, hoje, segundo o proprietário, a produção é de, em média, de 24 a 25 mil litros, por mês, às vezes um pouco menos ou menos, pois há vacas que algumas vezes estão em períodos de descanso.

Além do patriarca, seus netos ajudam na propriedade, além da esposa, Isaura, que ajudava antes de sofrer com um problema de saúde, e os filhos, Edson, Marcos e Miriam, junto dos cônjuges.

A rotina é bem definida, todos os dias. Em três horários diferentes (cedo pela manhã, próximo ao meio dia e à noite), é feita a ordenha e, quando uma termina, as vacas vão para o descanso e conseguem ficar bem para a próxima ordenha.

A ordenha é feita de forma automatizada, na propriedade. (Foto: Isadora Brehmer / JP)
A ordenha é feita de forma automatizada, na propriedade. (Foto: Isadora Brehmer / JP)

A família Glasenapp utiliza as ordenhadeiras e faz o manejo delas seguindo à risca as determinações legais, inclusive com quatro tipos de produto usados em todo o processo para garantir a higiene e a qualidade do leite ordenhado. As vacas também são alimentadas com um tipo específico de ração, em quantidade calculada.

“O leite precisa ser entregue seguindo uma série de normativas, com teor de gordura, temperatura e diversas outras características analisadas. Inclusive em relação à saúde das vacas. Por exemplo, animais que estejam tomando algum tipo de remédio, como antibióticos, não podem ser ordenhadas e contribuir com a produção”, ressalta o produtor.

Ao longo de todo o processo, não há contato manual com o leite. Da ordenhadeira, ele vai por uma mangueira, passa pela bomba e aí vai para o resfriador, onde fica armazenado, sempre em movimento. Este equipamento atua para deixar o leite a uma temperatura de cerca de 3°C, não deixa que ele congele e também não permite que se forme a nata.

Wilfrido destaca que, mesmo com as dificuldades, a família nunca deixou de ter persistência em seu dia a dia, tendo a certeza de que contribuem para a alimentação de muitas pessoas, já que é a agropecuária que garante alimento na mesa de toda a população.

“Houve muitas lutas, dificuldades ao longo dos anos, mas pela honra e graça de Deus estamos firmes e seguimos, com quatro famílias, praticamente, vivendo da produção. É um trabalho constante, pois mesmo à noite, se temos uma vaca prenha, com o nascimento de um bezerro eminente, você fica preocupado, por exemplo, mas estamos em família e podemos sempre nos revezar, nos ajudar. Também temos Deus em primeiro lugar, as outras coisas, com as bênçãos Dele, nós teremos forças para conquistar, e eu sempre digo que, se não há lutas, não há vitórias, e elas fazem parte da vida”, enaltece.

A agropecuária em Pomerode, em números

Wilfrido Glasenapp é proprietário de um dos 746 estabelecimentos agropecuários em Pomerode, segundo dados do Censo Agrícola do IBGE de 2017, o mais recente do setor. Inclusive, é um dos moradores de Pomerode que celebra, em 28 de julho, o Dia do Agricultor.

Destes 746 estabelecimentos, segundo o Censo, 486 são de agricultura familiar, cujo proprietário não detenha, a qualquer título, área maior do que quatro módulos fiscais; utilize predominantemente mão-de-obra da própria família nas atividades econômicas; tenha renda familiar predominantemente originada de atividades econômicas vinculadas ao próprio estabelecimento ou empreendimento; dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família.

AGRICULTURA EM POMERODE scaled

 

Também segundo o Censo de 2017, 436 estabelecimentos, em Pomerode, atuam com lavouras temporárias. Estas, são as áreas plantadas com culturas de curta duração (via de regra menor do que um ano), que normalmente precisam ser novamente plantadas após a colheita.

Destes, as duas culturas mais comuns na cidade são de aipim, com 283 estabelecimentos; e 155 com milho. De acordo com o Censo do IBGE, em 2017, foram produzidas 355 toneladas de aipim e 336 toneladas de milho.

Já o leite de vaca, a atividade exercida pela família Glasenapp, está presente em 172 estabelecimentos agropecuários em Pomerode.

 

 

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