Em Lajeado, a Fetag-RS e lideranças de entidades representativas do setor produtivo participaram de mais uma reunião com o governo federal para tratar sobre a cadeia leiteira, cuja situação está se agravando a cada dia que passa.
Na reunião, os ministros anunciaram que, nesta semana, deverá ser publicada medida que diminui ou até isenta impostos para as empresas que não importam leite para o Brasil. O governo também trabalha com a possibilidade de subvenção para os produtores de leite.
Para o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, “diminuir ou zerar impostos para empresas que não importam, é bom, mas não vai resolver o problema. A solução seria barrar as importações ou subsidiar os produtores brasileiros, assim como o governo argentino fez com seus produtores.
Desde o dia 15 de março estamos alertando sobre os problemas, mas as medidas estão vindo a conta gotas. Nosso problema é o Mercosul”, afirmou.
Nesta semana, outra reunião irá ocorrer para mais alinhamentos, porém, desde março já foram realizadas mais de dez reuniões com os representantes do governo, mas ainda não foi anunciada nenhuma medida que de fato resolva o problema. A Fetag-RS, os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais e a Contag, vão trabalhar com o intuito de organizar mobilizações de todos os estados no dia 11 de outubro.
– Com a liderança da Contag, vamos discutir com os demais presidentes de federações de todo o país mobilizações em todo o território nacional. Lamentamos ter que tirar os produtores de suas propriedades, mas ao que parece, só assim vamos chamar a atenção para o problema –, disse o presidente.
Conab prepara proposta de subsídio aos produtores de leite para apresentar ao Governo Federal
Em reunião com entidades da agricultura familiar em Lajeado, no Vale do Taquari, o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, afirmou nesta quinta-feira, 28, que a estatal está organizando uma proposta, a pedido do Governo Federal, para criar um programa nacional de subsídio aos produtores de leite. A iniciativa atende demanda apresentada ao governo por diversas organizações ligadas ao campo.
– O Governo Federal está sensível à situação dos produtores de leite e a Conab está mobilizada e estudando uma proposta para viabilizar esse programa e a permanência das famílias no campo. Além disso, já estamos com os editais abertos para a compra de leite em pó da agricultura familiar –, destaca.
A Companhia está fazendo um levantamento do preço médio pago aos produtores em anos passados, com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da Universidade de São Paulo (USP), e o Conselho Paritário entre Produtores de Leite e Indústrias de Laticínios (Conseleite), para apresentar esse estudo ao governo.
Ainda não está definido qual será o investimento total, nem quantas famílias ou locais serão beneficiados. No entanto, sabe-se que os preços estão baixos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, pelas questões de mercado. No território gaúcho, de acordo com entidades do setor, os produtores estão recebendo menos de R$ 2,00 pelo litro de leite.
Compra de leite em pó
Ainda para amenizar os impactos da crise do leite, que se agravou nos últimos anos pela ausência de políticas de incentivo ao setor e a importação de produtos lácteos de países vizinhos, como a Argentina e o Uruguai, a Conab destinou R$ 100 milhões do seu orçamento para a aquisição de 2,1 mil toneladas de leite em pó da agricultura familiar da região Sul do país. A chamada pública foi aberta no dia 20 de setembro.
A estatal vai comprar, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), 1,8 mil toneladas de leite em pó do Rio Grande do Sul, 200 toneladas de Santa Catarina e 100 toneladas do Paraná. O alimento será destinado para o atendimento de cozinhas comunitárias e solidárias, a suplementação de cestas de alimentos e demais prioridades estabelecidas pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).
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