O principal sindicato de agricultores da França disse na terça-feira que realizará protestos em todo o país no próximo mês, uma vez que a pressão para concluir um acordo comercial entre a União Europeia e os países do Mercosul aprofunda o descontentamento que alimentou uma crise agrícola no início deste ano, informou a Reuters.
A raiva contra a concorrência de importações mais baratas, inclusive da Ucrânia, aliada da UE, e a carga regulatória sobre os produtores da UE levaram a protestos em grande escala na França e na Europa.
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As colheitas prejudicadas pelo clima e os surtos de doenças nos rebanhos, juntamente com o impasse político após uma eleição antecipada no início do verão, aumentaram as queixas entre os agricultores franceses, desencadeando novos protestos locais nas últimas semanas.
O sindicato FNSEA realizará protestos em todo o país a partir de meados de novembro, com a data e o tipo de ação a serem decididos posteriormente, disse seu presidente, Arnaud Rousseau, aos repórteres.
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“O novo fator e gatilho é a incoerência renovada em nível europeu, conforme demonstrado por uma explicação mal disfarçada de que vamos acabar assinando o acordo do Mercosul”, disse ele.
As ações na última grande rodada de protestos, em janeiro e fevereiro, incluíram o bloqueio de estradas com tratores e a queima de fardos de feno.
Fontes disseram à Reuters em setembro que as negociações pareciam estar em curso para uma conclusão positiva das negociações comerciais antes do final do ano, e o Brasil, membro do Mercosul, disse que está pronto para assinar um acordo em novembro, quando sediará uma reunião das principais economias.
Os agricultores franceses temem que um acordo com o bloco sul-americano leve a um influxo de produtos agrícolas mais baratos que não atendam aos padrões de produção da UE. O presidente francês Emmanuel Macron tem se oposto repetidamente à conclusão de um acordo comercial.
