“Ela pode variar entre ordenhas, entre vacas, lotes, rebanhos, raças e até entre espécies. Possui entre 98-99% de triglicerídeos e podemos encontrar mais de 400 tipos de ácidos graxos e vitaminas lipossolúveis. É, de fato, muito completa e complexa, por isso se torna tão difícil solucionar problemas de baixa gordura no leite”, explicou.
Entre os principais componentes do leite, a proteína é de intermediária variabilidade. O palestrante frisou que a proteína verdadeira representa cerca de 93% da proteína bruta e os 7% restantes são formados por compostos nitrogenados não-proteicos. O especialista ressaltou também a importância de compreender as diferenças entre os componentes.
Responsável por grande impacto financeiro dos produtores, a claudicação em bovinos decorre não apenas de infecções ou lesões, mas também de práticas inadequadas de manejo ou alimentação. Importantes medidas preventivas para evitar impactos sanitários e econômicos foram apresentadas pelo gerente de negócios ruminantes da Zinpro Corporation, Rogério Isler.
O especialista iniciou sua palestra afirmando a falta de visibilidade de um problema tão influente.
“A claudicação é a maior vilã da pecuária leiteira porque prejudica a eficiência produtiva e a longevidade do rebanho. Hoje atuamos pouco na prevenção, por subestimarmos o tamanho do problema em nossos rebanhos e até por acreditar que é normal ter vacas mancas no rebanho”, frisou.
Para introduzir as medidas preventivas, Rogério expôs primeiro os principais erros que causam problemas de saúde no casco. Segundo ele, são equívocos diversos que englobam remoção excessiva de tecido córneo, baixo conforto da cama, resfriamento inadequado, excesso de deslocamento, grupos de ordenhas muito grandes e problemas de manejo alimentar.
Rogério apresentou, como importante medida preventiva, o plano voltado para investigar problemas de claudicação.
“O plano começa com o diagnóstico. Identificar um problema, verificar que se trata da claudicação e compreender o nível da lesão. Depois é necessário analisar os aspectos do manejo, das instalações e da nutrição oferecida a fim de constatar disformidades”, explicou o especialista, indicando que os próximos passos a serem seguidos nessa situação seriam identificar fatores de risco e fazer um orçamento parcial da intervenção, bem como organizar um plano de ação ordenado pela hierarquia dos pontos importantes.
Finalizando suas considerações, ressaltou novamente a necessidade de estar atento e praticar ações de prevenção.
- “Atuar para conseguir o melhor em saúde de casco é uma grande oportunidade que os produtores de leite têm para salvar lucro na atividade. Por isso, em todos os sistemas é necessário um plano de monitoramento e atuação constante para controle da claudicação. ”
Promovido anualmente pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), o 12º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL) iniciou nesta terça-feira (7) e segue até a tarde desta quinta-feira (9), no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC).
Neste ano, o evento conta com novidades. Além da 7º Brasil Sul Milk Fair e do 2º Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte, o 1º Simpósio Catarinense de Pecuária de Leite à Base de Pasto promovido pela Epagri, também integrará a programação científica do SBSBL. Bem como, o evento estreará a Fazenda do Futuro, realizado pelo Nucleovet e Ecossistema de Inovação de Chapecó, com apoio do Pollen Parque, Deatec/Acate e Sebrae-SC.
O 12º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite tem apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária de SC (CRMV/SC), da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc), da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), da Prefeitura de Chapecó e do Conselho Brasileiro de Qualidade do Leite (CBQL).