O bônus leite foi um dos destaques do ato realizado em Travesseiro, onde o governo do Rio Grande do Sul confirmou uma nova rodada de investimentos em infraestrutura hídrica e no fortalecimento da produção rural.
Em uma agenda que reuniu lideranças comunitárias e produtores, o secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Vilson Covatti, anunciou o repasse de R$ 600 mil para três associações de abastecimento de água, além da assinatura dos dois primeiros contratos do programa voltado ao incentivo da atividade leiteira.
O evento ocorreu na Comunidade de Linha Cairu, cenário escolhido por representar a integração entre gestão pública e organizações locais. Conforme observou Covatti durante a cerimônia, os investimentos têm um propósito direto: “ampliar a autonomia das comunidades rurais, garantindo regularidade, segurança e qualidade no abastecimento”. O secretário acrescentou que o trabalho conjunto com as associações acelera soluções essenciais, especialmente em regiões onde a estrutura hídrica define a capacidade de crescimento e permanência das famílias no campo.
A Associação de Água de Linha Cairu foi a primeira entidade contemplada. Segundo técnicos da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), o recurso de R$ 200 mil permitirá a instalação de uma nova bomba e a construção de quatro quilômetros de rede, ampliando significativamente o abastecimento local. Para os moradores, a obra representa mais estabilidade, especialmente durante períodos de estiagem, quando a pressão da água costuma oscilar.
No mesmo ato, outra entidade recebeu o mesmo valor: a Associação de Abastecimento de Água de Três Saltos Alto. De acordo com o termo assinado, o investimento financiará cinco quilômetros de rede adicional e a instalação de quatro caixas d’água de 20 mil litros cada, reforçando a capacidade de armazenamento e distribuição da comunidade. Lideranças locais destacaram que a expansão chega em um momento crucial, em que o crescimento populacional e a intensificação de atividades rurais pressionam o sistema atual.
A terceira entidade atendida pelo pacote é a Associação de Água de Linha 32 e Canudos, também beneficiada com R$ 200 mil. O projeto prevê a perfuração de solo e a construção de 100 metros de rede, etapa descrita pela SDR como fundamental para conectar novos pontos de abastecimento e preparar a região para futuras ampliações. Covatti ressaltou que o governo tem priorizado iniciativas que unam infraestrutura básica e impacto social: “O acesso à água é a base para qualquer avanço no meio rural, seja na qualidade de vida, seja na atividade produtiva”.
Além dos investimentos em abastecimento, o encontro marcou a estreia do Programa Bônus Leite, iniciativa criada para incentivar o produtor gaúcho a modernizar sua estrutura e investir em tecnologias que elevem a produtividade. Pela regra, o Estado concede um bônus financeiro de 25% do valor financiado, limitado a R$ 25 mil por operação. O benefício pode ser aplicado em construção de salas de ordenha, compra de ordenhadeiras, resfriadores, aquecedores, ensiladeiras, segadeiras, geradores, enfardadeiras e outros equipamentos utilizados na rotina leiteira. A lista também contempla ferramentas de gestão e automação, apontadas como diferenciais competitivos em um mercado cada vez mais exigente.
Os dois primeiros produtores beneficiados pelo programa são Lúcio Vicente Graff e Odair Berwanger, ambos da região de Travesseiro. A assinatura dos contratos foi realizada no mesmo ato, simbolizando, segundo Covatti, “o início de um ciclo de estímulo concreto à produção leiteira, que precisa de previsibilidade e apoio técnico para continuar avançando”. Representantes do município destacaram que o bônus leite tende a atrair novos investimentos para o setor, fortalecendo a economia local e estimulando a permanência de jovens no campo.
Com a combinação de obras em infraestrutura e incentivos produtivos, a SDR avalia que o conjunto de ações reafirma a estratégia do Estado de responder simultaneamente a desafios estruturais e demandas econômicas. Para os participantes do ato, a perspectiva é positiva: mais água disponível, mais tecnologia nas propriedades e mais impulso para a cadeia leiteira gaúcha.
*Escrito para o eDairyNews, com informações de Grupo A Hora
