Em uma economia hiper-regulamentada, onde o governo decide custos e preços, administra discretamente impostos, salários e bônus de final de ano, a empresa só pode se ajustar por quantidade a fim de sobreviver. Em alguns casos, contornar os regulamentos (e impostos) é a única solução, o que é extremamente injusto para aqueles que tentam cumprir com as leis.
Alguns leitores pensarão em estocar queijo, outros mudarão sua dieta, outros ficarão felizes por não estarem nesse setor, mas o problema subjacente é que nenhum país no mundo pode acompanhar a quantidade de regulamentações que a Argentina possui.
Nossos regulamentos são apenas a ponta do iceberg do problema que aflige a economia argentina. Temos um gasto público muito alto – e ineficiente – que requer uma grande carga tributária, que é insuficiente e como resultado temos um déficit que é financiado pelas emissões.
Esta emissão tem um impacto significativo nos preços, que o governo está tentando moderar com medidas que tornam as coisas ainda mais difíceis para os produtores, tais como preços justos, ou que distorcem mercados com intervenções sistemáticas e obscuras nos mercados de câmbio. Elas afetam a economia e impedem o crescimento.
Nossos gastos públicos precisam ser racionalizados urgentemente. Ela deve ser eficiente, focalizada nas atividades de um estado moderno e transparente. Creio que não faz sentido adiar o aumento das pensões ou obras públicas para reduzir os gastos, pois isso é injusto e, por sua vez, afeta a capacidade de produção, em um círculo vicioso inexorável.
Um Estado muito mais eficiente e focalizado, com impostos razoáveis e menos regulamentação, deveria ser o objetivo das políticas públicas. Caso contrário, ficará muito claro quem levou nosso queijo.
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