O índice da FAO de setembro deste ano foi 2,1% maior que o valor correspondente de 2023, mas ficou 22,4% abaixo do pico de 160,3 pontos alcançado em março de 2022.
O leite em pó desnatado subiu com a oferta limitada. Enquanto isso, os preços da manteiga aumentaram pelo décimo primeiro mês consecutivo.
O leite em pó desnatado subiu com a oferta limitada. Enquanto isso, os preços da manteiga aumentaram pelo décimo primeiro mês consecutivo.

Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) de setembro subiu 3% em relação ao mês anterior, marcando a maior alta na variação mensal desde março de 2022.

A média ficou em 124,4 pontos no nono mês do ano, impulsionada por ganhos em todas as commodities analisadas, com destaque para o açúcar. O índice de setembro deste ano foi 2,1% maior que o valor correspondente de 2023, mas ficou 22,4% abaixo do pico do índice de 160,3 pontos alcançado em março de 2022.

O subíndice de preços dos Cereais registrou média de 113,5 pontos em setembro, alta de 3,3 pontos (3%) ante agosto, mas recuo de 12,8 pontos (10,2%) diante de setembro de 2023. Depois de três quedas seguidas, os preços do trigo subiram no mês passado, com a preocupação com condições climáticas desfavoráveis.

O excesso de umidade no Canadá causou atrasos na colheita e levaram a cortes na projeção de safra da União Europeia, disse a FAO. No entanto, os preços competitivos da região do Mar Negro limitaram o aumento.

O levantamento mostrou, ainda, que o subíndice de preços dos Óleos Vegetais teve média de 142,4 pontos no mês passado, alta de 6,2 pontos (4,6%) ante agosto, e alcançando o nível mais alto desde o início de 2023.

Segundo a FAO, os preços do óleo de palma subiram pelo quarto mês consecutivo em setembro, sustentados por preocupações com uma produção menor do que a esperada. Enquanto isso, as cotações do óleo de soja se recuperaram, devido ao recuo nos esmagamentos dos EUA.

Quanto aos óleos de girassol e colza, as recuperações de preços em setembro foram apoiadas por uma perspectiva de oferta mais restrita, após a redução da produção das oleaginosas na temporada 2024/25.

O subíndice de preços da Carne da FAO teve média de 119,6 pontos em setembro, alta de 0,4 ponto (0,4%) ante agosto e 5,5 pontos (4,8%) acima do valor de 2023. O avanço foi atribuído aos preços maiores da carne de aves, com a forte demanda pelo produto brasileiro após o alívio das restrições comerciais relacionadas à doença de Newcastle, segundo a FAO.

Os preços da carne bovina ficaram estáveis, com ofertas limitadas que foram suficientes para atender à demanda global. Da mesma forma, os preços da carne suína permaneceram inalterados, com a oferta cobrindo adequadamente o aumento da demanda. Já a carne ovina teve um ligeiro recuo, com a fraca demanda chinesa.

O relatório mostrou, ainda, que o subíndice de preços de Lácteos teve média de 136,3 pontos em setembro, alta de 5 pontos (3,8%) ante agosto e de 24,3 pontos (21,7%) ante o valor de um ano atrás. O aumento foi impulsionado por preços mais altos em todos os produtos lácteos. O leite em pó desnatado subiu com a oferta limitada. Enquanto isso, os preços da manteiga aumentaram pelo décimo primeiro mês consecutivo, sustentados pela demanda sólida, estoques restritos e oferta limitada de leite na Europa Ocidental. Os preços do queijo também aumentaram, refletindo a forte demanda global e ofertas exportáveis restritas na Europa Ocidental.

De acordo com a FAO, o subíndice de preços do Açúcar teve média de 125,7 pontos no mês passado, avanço de 11,9 pontos (10,4%) ante agosto, mas 37 pontos (22,7%) abaixo de 2023. O avanço mensal ocorreu com preocupações com uma oferta global mais restrita na temporada 2024/25.

“A piora das perspectivas de safra no Brasil, devido ao tempo seco prolongado e aos incêndios que danificaram os canaviais no final de agosto, foram os principais impulsionadores dos preços globais”, afirmou a FAO.

Além disso, preocupações de que a oferta exportável da Índia poderia ser afetada pela decisão do governo de suspender as restrições ao uso de cana-de-açúcar para a produção de etanol também contribuíram para a alta.

Medida até agosto, a produção na América Latina caiu 3%, portanto, há desafios que permanecem, disse o analista da AHDB.

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