Na manhã do dia 11, cinco pessoas foram presas durante a operação coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Entre os detidos estão o químico industrial apelidado de “alquimista”, conhecido por sua expertise em adulterações, e gestores da Dielat Indústria e Comércio de Laticínios. A empresa é responsável pela produção de diversas marcas, como Mega Milk, Cootall, Mega Lac, Tentação e Tigo, sendo esta última exportada para a Venezuela.
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Como o leite era adulterado?
A investigação apontou que a soda cáustica era usada para ajustar o pH do leite batizado, enquanto a água oxigenada servia para mascarar produtos em deterioração. Além disso, foi constatado o reprocessamento de produtos vencidos e até mesmo a presença de sujeira e “pelos indefinidos” em embalagens. Essas práticas colocam em risco a saúde pública e violam diretamente a confiança do consumidor.
Os produtos adulterados, como leite UHT, leite em pó, compostos lácteos e soro de leite, eram distribuídos em larga escala, abrangendo tanto o mercado nacional quanto internacional. A empresa também havia vencido licitações para fornecer laticínios a escolas, incluindo uma cidade em São Paulo.
Marcas envolvidas no escândalo do leite batizado
A operação confirmou que as marcas de leite batizado Mega Milk, Cootall, Mega Lac, Tentação e Tigo estão vinculadas à empresa investigada. Embora os promotores tenham identificado irregularidades, análises ainda estão em andamento para determinar os lotes contaminados. Por isso, o Ministério Público optou por não divulgar detalhes específicos sobre os produtos adulterados até que os resultados sejam concluídos.
Impacto na saúde pública

A adulteração de alimentos é uma prática que vai além de prejudicar o consumidor financeiramente — ela representa um sério risco à saúde. A ingestão de soda cáustica e água oxigenada pode causar problemas gastrointestinais graves, lesões na mucosa e outros danos à saúde.
O promotor Mauro Rockenbach destacou a gravidade da situação: “Essa adulteração não apenas viola a confiança do consumidor, mas compromete diretamente a saúde pública. Estamos lidando com um caso de reincidência e práticas cada vez mais sofisticadas.”
Próximos passos da investigação
A operação que descobriu o leite batizado contou com o apoio de 110 agentes, incluindo representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária, Receita Estadual, Fepam e Polícia Civil. Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em diferentes cidades do Rio Grande do Sul e em São Paulo. As autoridades seguem realizando exames detalhados nos produtos suspeitos.
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Além disso, a Justiça segue investigando o papel dos gestores da Dielat e a conexão do “alquimista” com outros casos de leite batizado. O objetivo é garantir um desfecho rigoroso e prevenir que novas fraudes ocorram no setor.
Como se proteger?
Consumidores devem ficar atentos às marcas mencionadas e evitar a compra de produtos até que as investigações sejam concluídas. Além disso, sempre verifique a procedência e os selos de qualidade nos rótulos dos alimentos. Em caso de dúvidas, procure informações junto aos órgãos competentes, como Procon e Vigilância Sanitária.