Aliado a isso, enfrentamos ainda outro problema pelo atual desestímulo do produtor nacional, muitos estão tendo que secar o leite de seus animais por causa da dificuldade para a sua comercialização, por conta da desleal competitividade gerada pela importação”, explicou a deputada.
O Brasil é o 3º maior produtor de leite do mundo. Por ano, o setor nacional produz 34 bilhões de litros de leite. São mais de 1 milhão de propriedades produtoras, presentes em 98% dos municípios brasileiros, sendo que as pequenas e médias propriedades empregam quase 4 milhões de pessoas.
Santa Catarina tem uma produção anual de 2,9 bilhões de litros de leite, com 70% dos criadores localizados na região Oeste; são 80 mil produtores responsáveis por 7,4 milhões de litros por dia. Mesmo assim, embora o Brasil tenha uma capacidade ímpar de produzir leite, a legislação é bastante precária, por diversos motivos, a exemplo de burocracias desnecessárias e facilitações tributárias que tornam a concorrência ainda mais desleal.
“Não podemos esquecer também que o Código de Defesa do Consumidor é um ponto importante a se considerar. Ele prevê que os consumidores têm o direito à informação clara e adequada sobre os produtos que consomem”.
“Solicitamos ao Ministério a adoção de medidas para que os consumidores tenham acesso a produtos com origem e composição claramente identificáveis, tornando obrigatório a rotulagem impressa na embalagem do produto como ‘leite reidratado’ e que seja fornecido subsídio econômico ao produtor nacional, com a redução de carga tributária para permitir que haja uma equivalência com o preço dos produtos que vêm sendo importados de outros países, como é o caso da Argentina”, sugeriu a deputada na indicação feita ao Ministério.
O governo Federal aprovou, através da Câmara de Comércio Exterior (Camex), o aumento de 12% para 18% da tarifa de importação sobre queijos processados de fora do Mercosul. A medida engloba os queijos brie, roquefort e gorgonzola, além de óleos de manteiga importados de fora do bloco.
Além desses itens, outros 29 itens de produtos lácteos terão imposto de importação variando de 10,8% a 14,4%. Alguns exemplos dessa lista são: iogurte; manteiga; queijo ralado; e doce de leite. No primeiro quadrimestre de 2023, o Brasil importou quase 70 mil toneladas de leite, creme de leite e laticínios (exceto manteiga e queijo), conforme dados da ComexStat.
O volume é mais que o triplo das importações do mesmo período de 2022. Só da Argentina, o Brasil importou 34,6 mil toneladas, mais do que as 12,6 mil toneladas no mesmo período de 2022. Já o Uruguai, aumentou em mais de 5 vezes a sua exportação para o país – de 5,8 mil para 28,7 mil.
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