Maria Cecília Almeida Prado fundou a Búfala Almeida Prado no interior de São Paulo. Conheça a história da empresa neste Dia do Queijo.
Queijos da Búfala Almeida Prado — Foto: Rubens Kato
Queijos da Búfala Almeida Prado — Foto: Rubens Kato
Desde que começou a participar de premiações, a queijaria Búfala Almeida Prado levou alguns títulos para casa. Em 2022, pela primeira vez no Mundial do Queijo do Brasil, em São Paulo, conseguiu medalha de bronze com sua burrata e a de prata com a ricota.

No mesmo ano, inscreveu os queijos feitos de leite de búfala até o País de Gales, no World Cheese Awards, e voltou para o Brasil com a medalha de prata — outra vez com destaque para a burrata. Já em 2023, os produtos viajaram até a França para o famoso Mondial du Fromage et des Produits Laitiers. A avaliação rendeu o ouro para a ricota.

Segundo a empresa, um dos diferenciais é o cuidado com o sabor do produto. “Trabalhamos toda a logística para que os queijos sempre cheguem frescos, tanto para os consumidores quanto para as premiações. Não queremos participar por participar. A ideia é mostrar a nossa melhor versão”, diz Fernando Fiori, CEO que entrou na Almeida Prado em 2021 para cuidar da operação.

É por isso também que a empresa optou em não realizar as vendas online, já que seria dificil garantir que os produtos chegassem frescos a todo o Brasil. “Nosso canal de venda é direto para o varejo e para restaurantes, independentemente do volume”, afirma o executivo.

A organização vende apenas no estado de São Paulo, em mercados como Pão de Açúcar, St Marche, Casa Santa Luzia e Natural da Terra. “Entregamos em outros estados apenas em casos de clientes especiais que possuem sede nestes locais. Por exemplo, envio para o Grupo Fasano, que recebe os produtos também em Trancoso, na Bahia, e Belo Horizonte, em Minas Gerais.”

A queijaria leva o sobrenome da família Almeida Prado, que hoje está no conselho consultivo do negócio, de olho na gestão estratégica.

A história da empresa começou com a matriarca Maria Cecília Almeida Prado, que consome leite de búfala desde a década de 1980, quando descobriu que era intolerante a leite de vaca. “Passei a criar búfalas para o consumo com os meus filhos. Com o que sobrava, fazia queijos e levava de presente para familiares e amigos”, diz a empreendedora. Com o interesse das pessoas, ela viu pontecial de negócio e criou um pequeno espaço em casa para produzir os queijos.

Até 2005, os próprios amigos indicavam os produtos. Foi quando Maria Cecília decidiu que era o momento de profissionalizar o negócio. “Viajei até a Itália para conhecer fabricantes de queijo. Um queijeiro de lá veio até o Brasil e passou um ano ensinando técnicas para os nossos profissionais”, diz a empreendedora, que também investiu em máquinas para modernizar a produção.

Maria Cecília Almeida Prado, fundadora da Búfala Almeida Prado — Foto: Gustavo Quaia
Maria Cecília Almeida Prado, fundadora da Búfala Almeida Prado — Foto: Gustavo Quaia

“Mesmo assim, a produção nunca deixou de ser artesanal. A filagem, que é o principal processo de transformação do leite em queijo, é feita artesanalmente”, afirma Fiori.

Em 2014, buscando facilitar a logística para as entregas na cidade de São Paulo, a empresa inaugurou um centro de distribuição na capital paulista. Isso porque, segundo Fiori, um dos maiores desafios da empresa é que seus produtos sempre cheguem frescos aos consumidores. Criaram um sistema para facilitar a entrega: os produtos da fazenda saem à noite, por volta das 23h, e chegam ao centro de distribuição na capital quatro horas depois. Às 5h, a empresa já está carregando os carros com os queijos para entrega.

A empresa produto muçarela em vários formatos, além de ricota, requeijão e o carro-chefe, a burrata, que começou a ser fabricada em 2017. Segundo Fiori, não existe um segredo para o sucesso. “A produção foi aprimorada ao longo dos anos e fomos implementando novas técnicas para encontrar o tempo de filagem ideal”, afirma. “Conseguimos fazer burrata a gosto do cliente. Por exemplo, se ele quiser uma burrata um pouco mais líquida, podemos entregar. Isso é resultado de sete anos de estudo e trabalho no dia a dia.”

O negócio sofreu impactos causados pelo lockdown durante a pandemia. “Os restaurantes eram nossos principais clientes e estavam fechados”, diz Fiori. A estratégia foi apostar no outro lado do atendimento: o varejo. “Crescemos a nossa presença em redes de supermercados. Com isso, a empresa não realizou demissões neste período.”

Depois dos triunfos em premiações desde 2022, a empresa já se prepara para mais competições. Neste ano, vai participar a premiação do mundial em São Paulo, e está esperando a divulgação do país sede do World Cheese Awards. “Estamos sempre procurando aprimorar a produção, e também estamos estudando formas de expandir as vendas para outros estados, como Rio Grande do Sul.”

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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