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25 mar 2025
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Essencial para a saúde óssea, esse mineral também participa da contração muscular e do controle da pressão arterial.
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Essencial para a saúde óssea, esse mineral também participa da contração muscular e do controle da pressão arterial – iStock/skynesher - Getty Images

Desde tempos imemoriais, o ser humano e o leite compartilham uma longa trajetória. Evidências históricas indicam que já em 5000 a.C. nossos ancestrais dominavam a arte da ordenha, garantindo uma fonte nutritiva essencial à sobrevivência.

No entanto, em tempos recentes, esse vínculo tem sido questionado por um fenômeno conhecido como “terrorismo nutricional”, que rotula certos alimentos como vilões da saúde.

Por outro lado, a ciência vem mostrando que excluir os laticínios da dieta sem justificativa médica pode ser um equívoco. Pesquisas recentes, como um estudo publicado em novembro no Clinical Nutrition, revelam que a maioria dos laticínios não está associada ao risco de pré-diabetes.

Na verdade, os resultados sugerem que o consumo de leite desnatado pode até reduzir as chances de desenvolver essa condição. No entanto, há um alerta: a ingestão excessiva de laticínios ricos em gordura pode trazer efeitos negativos.

O Pré-diabetes e o papel da alimentação

O pré-diabetes caracteriza-se por níveis elevados de glicose no sangue, mas ainda abaixo do limiar diagnóstico do diabetes tipo 2.

Para entender melhor essa relação, cientistas europeus analisaram dados de 7.521 indivíduos do estudo britânico Fenland. Embora a pesquisa não comprove causalidade, os achados abrem novas perspectivas sobre o impacto dos laticínios na saúde metabólica.

Leite e a saúde do coração

Muito se especula sobre a influência dos laticínios nas doenças cardiovasculares. Contudo, estudos recentes indicam que, quando consumidos com moderação, esses alimentos não elevam o risco de problemas cardíacos. No Brasil, o Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil) apontou até benefícios para as artérias.

E quanto às inflamações? Até o momento, não há comprovação de que os laticínios sejam gatilhos diretos para processos inflamatórios. Mas para indivíduos com alergias ou intolerâncias, o cenário muda.

Alergia ou intolerância? Entenda a diferença

Alergia ao leite é uma reação imunológica exacerbada contra a proteína da bebida, desencadeando sintomas como vômitos, diarreia e dificuldades respiratórias.

Exames específicos ajudam a diagnosticar a condição. Já a intolerância à lactose ocorre devido à baixa produção de lactase, enzima responsável pela digestão do açúcar do leite. Nesse caso, os sintomas incluem inchaço abdominal, gases e desconfortos intestinais. Testes clínicos e genéticos podem confirmar o quadro.

Se a ingestão de laticínios não causa desconforto e não há restrições médicas, não há razão para bani-los da dieta. Pelo contrário, sua exclusão pode resultar em deficiências nutricionais.

Laticínios: Uma fonte de nutrientes essenciais

Leite e derivados são verdadeiros pacotes de nutrição. As diretrizes alimentares recomendam o consumo de três porções diárias, destacando-se o cálcio como um dos nutrientes mais valiosos. Essencial para a saúde óssea, esse mineral também participa da contração muscular e do controle da pressão arterial.

Além disso, os laticínios fornecem proteínas de alta qualidade, como a caseína, indispensáveis para a manutenção muscular e a saciedade. No quesito vitaminas, esses alimentos oferecem vitamina A, várias do complexo B e pequenas quantidades de vitamina D, fundamentais para a imunidade e a fortificação óssea.

No entanto, há um componente que exige atenção: a gordura saturada. O consumo excessivo pode elevar os níveis de colesterol e afetar a saúde cardiovascular. Por isso, a recomendação para adultos é optar pelo leite desnatado e por queijos magros, como minas frescal, cottage e ricota.

Equilíbrio é a chave

O segredo está na moderação e na escolha consciente. Ler rótulos, equilibrar o consumo e não cair em modismos alimentares são passos fundamentais para uma alimentação saudável. Afinal, exageros – para mais ou para menos – podem comprometer a saúde. Quando se trata de nutrição, a melhor receita continua sendo o bom senso.

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