O negociador-chefe da UE, Rupert Schlegelmilch, disse que o tratado é uma prioridade para o bloco. Ele previu que o tratado poderia ser finalizado em junho.
"El acuerdo Mercosul-Unión Europea entra en el último tramo de la negociación"
A União Europeia está tentando concluir um acordo de livre comércio com o Mercosul “o mais rápido possível” , porque é uma “prioridade” para a economia da comunidade. O negociador-chefe da UE para um TLC com o bloco sul-americano, Rupert Schlegelmilch, disse nesta terça-feira.

“Além das conjunturas, esse acordo continua sendo uma prioridade para nós. É uma prioridade absoluta”, disse Schlegelmilch ao iniciar uma viagem pelo bloco sul-americano no Uruguai.

O TLC, que visa eliminar a maioria das tarifas entre as duas zonas para criar uma área comercial de mais de 700 milhões de consumidores e equivalente a um quarto do PIB mundial, vem sendo discutido há 25 anos.

A UE diz que o acordo está “nos últimos 100 metros”.

“Estamos correndo uma maratona e estamos nos últimos 100 metros. Mas é uma corrida de obstáculos e, para terminá-la, temos que fazer um grande esforço final”, disse Schlegelmilch, falando no III Encontro Europeu de Negócios no Uruguai.

“Esta viagem é um esforço nesse sentido”, acrescentou o diplomata, que, além de Montevidéu, visitará Assunção, Buenos Aires, São Paulo e Brasília.

Os 27 países da UE e os parceiros fundadores do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) concluíram um acordo político em 2019 com vistas a um TLC após duas décadas de negociações complexas.

Mas o pacto – apoiado pelo setor industrial alemão e especialmente combatido pelos agricultores franceses, que temem a concorrência desleal – ainda está pendente de adoção, em meio a divergências centradas na proteção da Amazônia no Brasil.

“Estamos discutindo com os países do Mercosul os compromissos sobre o desmatamento. Essa é uma questão muito sensível na Europa”, disse Schlegelmilch aos repórteres.

Durante uma visita ao Brasil no final de março, o presidente francês Emmanuel Macron classificou o acordo em discussão como “muito ruim” e propôs fazer “um novo”.

Schlegelmilch disse que as conversas com o Brasil “avançaram, mas não terminaram”, saudou a postura pragmática do Uruguai na negociação e disse que a Argentina, sob o governo de Javier Milei, é um parceiro “construtivo”.

Questionado sobre quando espera fechar o TLC, ele disse: “o mais rápido possível” e arriscou que poderia ser “em junho-julho”.

“A Europa gostaria de estabelecer uma visão estratégica de suas relações com o mundo e, nessa visão, um TLC com o Mercosul é um acordo comercial, mas também um acordo político muito, muito importante”, enfatizou.

Companhia do interior de São Paulo deve faturar mais de R$ 1 bilhão e descarta boatos de venda; mirando um eventual IPO, o plano é crescer com M&As, com dois negócios já no gatilho.

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