ESPMEXENGBRAIND
18 nov 2025
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No World Cheese Awards, a diversidade brasileira chamou atenção do júri e redesenhou tendências para indústria e artesanais 🌎
Com 50 medalhas, o Brasil mostra força técnica e potencial de mercado no maior concurso global de queijos 🧭 World Cheese Awards
Com 50 medalhas, o Brasil mostra força técnica e potencial de mercado no maior concurso global de queijos 🧭

O World Cheese Awards confirmou o que muitos especialistas já percebiam: o avanço técnico dos queijos brasileiros está ganhando tração global.

A edição 2025 do concurso, realizada em Berna, na Suíça, avaliou 5.244 amostras de 46 países e premiou 50 criações nacionais, destacando desde produtos industriais consolidados até novidades artesanais em plena expansão.

De acordo com a organização do evento, esta foi a maior edição da história, com 265 jurados avaliando os queijos de forma totalmente às cegas.

A comissão internacional observou aparência, aroma, corpo, textura e sabor — critérios que, combinados, revelam maturidade tecnológica e consistência sensorial. E foi justamente aí que o Brasil se destacou: pela diversidade de estilos e pela capacidade de dialogar com tendências valorizadas no mercado global.

🔍 Um retrato estratégico da produção brasileira

A delegação brasileira saiu da Suíça com 5 medalhas de Ouro, 19 de Prata e 26 de Bronze, representando sete estados: São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. É um mapa de competitividade que mostra como o país está diversificando origens, técnicas e perfis produtivos.

Entre os ouros, o júri reconheceu um parmesão de 12 meses, um queijo azul industrial, um reblochon brasileiro e dois queijos autorais de pequenas queijarias. Segundo o relato dos avaliadores, esses produtos se destacaram por “equilíbrio”, “profundidade aromática” e “consistência de maturação”.

Os resultados sugerem que o país está se consolidando em três eixos estratégicos:

  1. Queijos de longa maturação, que reforçam potencial exportador;

  2. Queijos azuis e especiais, cada vez mais aceitos e competitivos;

  3. Estilos europeus reinterpretados, que conferem identidade própria ao produto nacional.

🧭 O que o Brasil fez bem aos olhos do júri

Conversas de bastidores relatadas pela organização indicam que a mesa internacional valorizou:

  • a precisão dos queijos duros e semiduros;

  • a evolução dos azuis nacionais;

  • a capacidade de pequenas queijarias entregarem produtos com assinatura sensorial;

  • o avanço de indústrias tradicionais, que seguem investindo em padronização e maturação.

Essa combinação entre tradição industrial e ousadia artesanal chamou atenção de avaliadores que acompanham a evolução do concurso há décadas.

🌎 Brasil frente ao panorama mundial

Enquanto o Brasil colecionava 50 medalhas, o título de Campeão Mundial ficou mais uma vez com a Suíça. Em 2025, o vencedor foi o Gruyère AOP Vorderfultigen Spezial, maturado por 18 meses pela Bergkäserei Vorderfultigen.

O painel final, composto por 14 especialistas, destacou sua textura cristalina e um perfil “umami encorpado”, atributos que tradicionalmente colocam o Gruyère entre os favoritos do concurso.

A predominância europeia no ranking dos 14 melhores — com presença de França, Reino Unido, Espanha e Holanda — reforça o desafio ainda existente para países emergentes: conquistar o topo requer não apenas excelência técnica, mas consistência histórica em maturações longas e tradições centenárias.

Mesmo assim, a delegação brasileira volta para casa com capital simbólico importante. Como relata a organização, a amplitude de estilos apresentados pelo país é um diferencial competitivo crescente.

📈 O que os resultados sinalizam para o setor brasileiro

As 50 medalhas funcionam como um termômetro estratégico para empresas que buscam melhorar posicionamento e inovação. Três tendências se destacam:

1. A maturação está virando um ativo de mercado.

Parmesões de 12 meses, queijos de 6 e 12 meses de Pomerode e tipos pecorinos maturados aparecem com força. A indústria que apostar em câmaras de longo prazo tende a capturar maior valor.

2. Queijos autorais ganharam mais espaço.

Produtos como Queijo da Nona, Queijo do Bispo e Garoa Tropical mostram que a assinatura sensorial é cada vez mais reconhecida internacionalmente.

3. O Brasil está entrando de vez no mapa dos azuis.

Com medalhas para Serra das Antas, Vigor e produtores artesanais, essa categoria pode se tornar uma avenida estratégica para premiumização.

🎯 Uma oportunidade para reposicionamento

Para os tomadores de decisão, o recado do World Cheese Awards é claro: há espaço para o Brasil competir em complexidade, maturação e diversidade. Cada medalha funciona como validação internacional para quem busca acessar nichos premium, exportação ou diferenciação no mercado interno.

A próxima etapa, segundo analistas que acompanharam o evento, é transformar reconhecimento em estratégia comercial — com foco em identidade, qualidade percebida e consistência sensorial.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de CNN Brasil V&G

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