Mudanças em andamento na linha de produção da Nestlé Garoto podem resultar em demissões, temem trabalhadores.
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O sindicato ressalta que sempre atuou contra a possibilidade da venda fracionada da fábrica Garoto.
O Sindicato dos Trabalhadores em Alimentação e Afins do Espírito Santo (Sindialimentação-ES) exige da Nestlé uma comunicação sobre quais investimentos e alterações ela intenciona fazer na fábrica da Chocolates Garoto, localizada em Vila Velha. O receio é de que haja demissões.
Um ofício nesse sentido foi enviado à direção da multinacional, após reunião da diretoria do sindicato, que discutiu quais os possíveis desdobramentos podem estar por vir, a partir de duas informações que circulam simultaneamente entre os trabalhadores.
Primeiro, o anúncio feito na mídia corporativa a respeito de um acordo em elaboração entre a Nestlé a o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) – autarquia federal que investiga os casos de fusão econômica entre grandes empresas e que, em junho passado, iniciou uma investigação sobre a fusão da Nestlé com a Chocolates Garoto, realizada em 2002 e que é questionada judicialmente pelo menos desde 2004.
A segunda consiste em boatos de que já estão em andamento algumas mudanças na linha de produção da Garoto, visando retirar da unidade capixaba a fabricação de produtos sazonais, como os ovos de Páscoa, o que poderia gerar em demissões.
Em seu informativo interno, o sindicato ressalta que sempre atuou contra a possibilidade da venda fracionada da fábrica Garoto e marcas e que as notícias de que o acordo da Nestlé com o Cade implicaria no desfazimento de ativos, indica prejuízo para os empregados de Vila Velha.
“Solicitamos da Nestlé o compromisso de manter o nível de empregos com qualidade na fábrica da Chocolates Garoto e investimentos que façam a fábrica de Vila Velha funcionar em capacidade máxima”, reivindica a entidade.
“A Nestlé não fez nenhuma comunicação ao sindicato nem os trabalhadores. Esse silêncio é ensurdecedor. Nossa reivindicação é que ela explique que investimentos são esses, que desfazimento de marcas é esse que ela negocia com o Cade. Ela deve isso aos trabalhadores e à sociedade”, reforça Linda Moraes, presidente do Sindialimentação.
“A gente não consegue entender as duas notícias ao mesmo tempo. Como ela anuncia investimentos na fábrica e há boatos de que vai cessar os ovos de páscoa. Se não quer dar a notícia, não deve ser boa. Se a Nestlé não quer se comunicar, a direção do sindicato acredita que pode gerar, sim, demissões”, complementa.
Linda lembra que, desde que comprou a Garoto, a Nestlé se comprometeu publicamente a manter o nível de emprego e as marcas da fábrica capixaba. “É esse compromisso público que a gente cobra”, acentua.
A luta por direitos trabalhistas, afirma Linda Moraes, é uma constante dos trabalhadores e do sindicato, seja no âmbito dos acordos coletivos anuais sobre salários e benefícios, seja em relação às decisões da multinacional em relação ao funcionamento da Garoto como um todo. “Com muita luta conseguimos manter os tíquetes e demais direitos dos trabalhadores. Conseguimos um acordo vitorioso”, celebra, em relação ao Acordo Coletivo de 2022.
Nesse novo capítulo da luta, a determinação continua no sentido de mais uma vitória. “Ela quer pagar para ver, então vamos ter que continuar nossa luta na rua, para denunciar que a Nestlé é uma multinacional que veio para o Espírito Santo e não quer manter o acordo público que fez com seus trabalhadores e a sociedade capixaba”.
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À medida que as populações globais continuam a crescer, com projeções que estimam um número impressionante de 10 bilhões de pessoas até 2050, os agricultores de todo o mundo enfrentam um imenso desafio: garantir a segurança alimentar para todos.

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