Para a exposição, a ABCB trouxe para o Parque de Exposições da Gameleira, 50 animais e promoveu degustações tanto dos produtos com o leite de búfala, quanto com os cortes da carne de bubalinos, que, segundo Rossato, são tão macias e saborosas quanto os bovinos.
O crescimento da criação de búfalos ocorre por fatores como a perspectiva de um animal ser criado tanto no regime intensivo como no extensivo e seu manejo, que exige área com água e sombra, tendo um custo cerca de 20% menor do que o de uma vaca, com o leite e os produtos tendo um valor de venda maior.
“O valor é mais de 50% superior e outro diferencial é que o rendimento industrial do leite é praticamente o dobro do bovino e isso entra também no papel de sustentabilidade, porque você consegue produzir mais queijo com metade do volume do leite utilizado”, detalha Caio Rossato. “Isso é o que tem chamado a atenção e trazido muitos criadores e muitas indústrias para o setor”, acrescenta Rossato, que cria búfalos em São Paulo.
João Souza, coordenador do programa de qualidade da ABCB e diretor-executivo do Laticínios Bom Destino, avalia que o crescimento da produção de leite está maior este ano. “O crescimento do volume de leite está em torno de 35% a 40%, isso porque a atividade cada vez mais vem chamando a atenção dos produtores e mais produtores estão entrando no negócio e os que já estão vem melhorando, cuidando da genética, cuidando melhor e produzindo mais”, afirma o diretor-executivo do Bom Destino, laticínio mineiro que cria búfalos e processa o leite em Oliveira.
O Bom Destino surgiu há 35 anos com bovinos, mas trocou de espécie e há 23 anos trabalha com búfalos.
Para o consumidor, Rossato destaca o fato de o queijo de búfala conter mais cálcio, minerais e proteína em uma porção menor e o preço se justifica pelo processo de elaboração ser mais complexo e pelo fato de a produção de leite de búfala ser ainda muito pequena em relação à de leite bovino. “Isso acaba levando a um custo de produção maior e a uma logística mais cara”, observa Rossato ao admitir que hoje os derivados de búfala ainda não são produtos populares.